quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Emmanuel


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Por volta de 79 a.C. viveu Públio Lentulus Sura, um cônsul, um homem de muito poder e impiedoso. Sura foi contemporâneo de Caio Júlio César, Marco Túlio Cícero, além de aliado político do temível Sérgio Lúcius Catilina. A personalidade do cônsul aparece claramente como a de um homem que se acreditava destinado a governar Roma e que o teria feito se tivesse sido vitorioso na famosa rebelião que participou como figura exponencial.
Enganado por uma profecia sobre três Cornelius governando Roma, imaginou-se como sucessor de seus parentes distantes. Um pouco mais tarde, Tertuliano o condenou a morte, estrangulado, em 5 de dezembro do ano de 63 a.C.
Depois de se passarem aproximadamente 94 anos reencarna como senador do Império Romano, agora como Públio Lentulus Cornelius, bisneto de Públio Lentulus Sura, sua reencarnação anterior. Públio Lentulus era um homem orgulhoso, mas nobre. Casou-se com uma excepcional mulher, Lívia, que ele tanto amou, mas que também, trouxe-lhe grande revolta e sofrimento por haver abraçado o Cristianismo. Tinham dois filhos, Flávia Lentúlia e Marcus. Sua filha fora atacada pelo mal da lepra, Hoje conhecido como hanseníase. Como Flávia estava muito doente, Públio Lentulus recebeu do Imperador Tibério a designação para alto cargo público na Palestina, onde havia um clima muito mais ameno para que a menina pudesse de alguma forma se restabelecer.
Foi desta forma que ele teve a grande oportunidade de encontrar Jesus. Sua esposa Lívia, que já houvera ouvido falar do Nazareno, implorou-lhe que pudesse procurar o profeta na esperança de uma cura definitiva para a pequenina, visto o grande número de comentários do povo naquela época sobre as curas operadas por Jesus. O senador aquiesceu ao pedido da esposa amada, dizendo-lhe, porém, que iria à procura do Messias, mas que não chegaria ao cúmulo de abordá-lo pessoalmente.
Na cidade de Cafarnaum, na Galiléia,quando as horas mais movimentadas do dia se escoram e o crepúsculo começou a se fazer visível,o senador então se colocou a caminho indo em direção a um lago da cidade. Depois de mais de uma hora de expectativa, deu-se então o encontro de Públio Lentulus com Jesus. Diante de seus olhos ansiosos, estava uma personalidade inconfundível e única.
Lágrimas ardentes rolaram-lhe dos olhos, que raras vezes haviam chorado, e força misteriosa e invencível fê-lo ajoelhar-se na relva lavada em luar. Desejou falar, mas tinha o peito sufocado e opresso. Foi quando, então, num gesto doce e de soberana bondade, o meigo Nazareno caminhou para ele, era como se aquela visão fosse a visão concretizada de um dos deuses de suas antigas crenças, e, pousando carinhosamente a destra em sua fronte, exclamou em linguagem encantadora, que Públio entendeu perfeitamente, dando-lhe inesquecível impressão de que a palavra era de espírito para espírito, de coração para coração. O senador quis falar, mas a voz estava embargada pela emoção e por profundos sentimentos. Desejou retirar-se, porém, nesse momento, notou que o Profeta de Nazaré se transfigurava de olhos fixos no céu.. Aquele lago, o Lago de Genesaré, deveria ser um santuário de Suas meditações e de Suas preces, no coração perfumado da natureza. Lágrimas copiosas Lhe lavaram o rosto, banhado, então por uma claridade branda, evidenciando a Sua beleza serena e indefinível melancolia…
Quais conseqüências desse encontro com o Divino Mestre? A cura de sua filha, Flávia. Lívia, esposa do senador, que era uma dama patrícia, torna-se cristã. E ele, que fora convidado pelo mestre a segui-lo, entre as opções que lhe foram apresentadas, de servir Deus ou a Mamon, escolheu servir a Mamon, ao mundo. Retornou às lides políticas e recusou-se a admitir ser Jesus o autor do restabelecimento da menina. No dia em que Jesus foi julgado e condenado à morte o patrício romano esteve ao lado de Pôncio Pilatos, mas nada disse ou fez em benefício do nazareno. Somente mais tarde, Públio Lentulus viera a compreender e aceitar o Evangelho de Jesus nos derradeiros tempos de sua romagem terrestre, quando regressou de Jerusalém para sua residência em Pompéia. Após anos de cegueira, ele desencarnou na polvorosa erupção do Vesúvio, em agosto do ano 79 da nossa era, entre chuvas de cinza e pedra, explosões ensurdecedoras, relâmpagos, ondas de lama, num espetáculo de horror..
No prefácio do livro “Há dois mil anos” ele escreve: ”Para mim essas recordações têm sido muito suaves, mas também muito amargas. Suaves pela rememoração das lembranças amigas, mas profundamente dolorosas, considerando meu coração empedernido, que não soube aproveitar o minuto radioso que soara no relógio da minha vida de Espírito, há dois mil anos”. Em 20 de dezembro de 1971, no canal 4, da extinta TV Tupi, no programa Pinga Fogo, Francisco Cândido Xavier confirmou que Emmanuel fora o Padre Manoel da Nóbrega, o admirável padre que antes de reencarnar, visitou em espírito o Brasil recém descoberto; contemplou as florestas, apiedou-se dos indígenas e amou a Terra de Santa Cruz. Prepara-se para a grande missão que Deus lhe reservara. Emmanuel, este é o nome de uma das mais luminosas entidades espirituais a figurais nos arraiais espiritistas. Quando citamos o nome do Mentor, nos lembramos sempre do espírito humilde, generoso, de personalidade, cujas características demonstram uma evolução intelecto-moral equilibrada. Todavia, a participação do nobre espírito junto ao Espiritismo antecede o transplante do Consolador para as plagas brasileiras, pois existe uma página de sua autoria espiritual em “o Evangelho segundo o Espiritismo”, no capítulo XI, ”Amar o próximo como a si mesmo”, no item 11, intitulada “O egoísmo”. Ele escreveu essa mensagem em Paris, em 1861.
Dentre as várias obras que Emmanuel psicografou por Chico, seria impossível deixar de citar os cinco romances produzidos nas décadas de 40 e 50: “Há dois mil anos, Cinqüenta anos depois, Ave, Cristo!,Paulo e Estevão e Renúncia,relatando alguns deles,algumas de suas experiências reencarnatórias. É considerado no meio espírita como quinto evangelista pela superior interpretação do pensamento de Jesus,analisando os sublimes textos do Evangelho nos seus livros,principalmente em:Caminho,Verdade e Vida; Pão Nosso;Vinha de Luz;Fonte Viva e Palavras de vida Eterna. Durante toda a elaboração da extensa obra mediúnica de Chico Xavier,Emmanuel deu incontestáveis e intermináveis atendimentos;nas memoráveis reuniões psicográficas de consolo,atendendo a familiares deste e do outro mundo;durante os trabalhos assistenciais de todos os matizes;nas sessões de desobsessão e assistência aos espíritos sofredores;nas apresentações públicas do médium e,sobretudo,nos episódios em que foram desferidos os mais sarcásticos ataques ao tutelado e à causa espírita. Jamais o amoroso Mentor de Chico deixou de representar a presença marcante da proteção e da Assistência Divina,atestando sua obra imbatível que frutifica e ainda muito frutificará,pois tem por alicerce a mensagem rediviva do próprio Cristo de Deus
Texto do livro
Emmanuel Responde
Psicografia de Chico Xavier e Wagner Gomes da Paixão
Ed.União Espírita Mineira


Emmanuel,  inesquecível guia e apóstolo mediúnico, é autor de mais de uma centena de livros psicografados por Chico Xavier.
Embora Chico tenha se iniciado no Espiritismo aos 17 anos, em 7 de maio de 1927, só a partir de 1931 Emmanuel passou a guiar as suas mãos, “um viajante muito educado procurando domar um animal freado e irrequieto, afim de realizar uma longa excursão”, segundo palavras do próprio Chico Xavier.
A seguir, publicamos alguns pensamentos de Emmanuel registrados em suas edificantes e abençoadas obras.
“A cólera não resolve os problemas evolutivos e nada mais significa que um traço de recordação dos primórdios da vida humana em suas expressões mais grosseiras”.
Do livro O Consolador.
“É imprescindível vigiar a boca, porque o verbo cria, insinua, inclina, modifica, renova ou destrói, por dilatação viva de nossa personalidade”.
Do livro Vinha de Luz
“A queixa é um vício imperceptível que distrai pessoas bem-intencionadas da execução do dever justo”.
Do livro Vinha de Luz
“Quem se preocupa em transpor diversas portas, em movimento simultâneo, acaba sem atravessar porta alguma”.
Do livro Pão Nosso
” A inatividade costuma induzir-nos a falsas apreciações dos desígnios de Deus, a impaciências, a desesperações e rebeldias”.
Do livro Renúncia
” Toda modificação para melhor reclama luta, tanto quanto qualquer ascensão exige esforço “.
Do livro Vinha de Luz
” Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor “
Do livro Vinha de Luz
” Só uma lei existe e sobreviverá aos escombros da inquietação do homem — a lei do amor, instituída por meu Pai, desde o princípio da Criação … “
Do livro Há 2000 anos
“As portas do Céu permanecem abertas. Nunca foram cerradas. Todavia, para que o homem se eleve até lá, precisa de asas de amor e sabedoria.”
Do livro Pão Nosso
“O Determinismo do amor e do bem é a lei de todo o Universo e a alma humana emerge de todas as catástrofes em busca de uma vida melhor.”
Do livro A Caminho da Luz
Devagar, mas sempre.”
Do livro Fonte Viva
“Toda crise é fonte sublime de espírito renovador para os que sabem ter esperança.”
Do livro Vinha de Luz


O dinheiro é sempre bom quando com ele podemos adquirir a simpatia ou a misericórdia dos homens”.
Do livro Paulo e Estevão
“Saber não é tudo.  É necessário fazer. E para bem fazer, homem algum dispensará a calma e a serenidade, imprescindíveis ao êxito, nem desdenhará a cooperação, que é a companheira dileta do amor”.
Do livro Vinha de Luz
“Nosso corpo espiritual, em qualquer parte, refletirá a luz ou a treva, o céu ou o inferno que trazemos em nós mesmos”.
Do livro Roteiro
“O pão do corpo é uma esmola pela qual sempre receberá a justa recompensa, mas o sorriso amigo, é uma bênção para a eternidade”.
Do livro Pão Nosso
“Não creias em salvadores que não demonstrem ações que confirmem a salvação de si mesmos”.
Do livro Caminho, Verdade e Vida

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