Meu caro Jô,
Deus
nos abençoe e inspire. Tenho várias notícias e lembranças para
agradecer a você, querido amigo, – as cartas, os retratos, as
demonstrações de carinho por intermédio dos companheiros que chegam de
São Paulo e todas as gentilezas de sua bondade constante, – o que faço
ao iniciar esta carta, pedindo ao nosso Divino Mestre o recompense e
abençoe, sempre e sempre.
O
assunto primordial desta carta, no entanto, querido Jô, é a resposta à
sua missiva confidencial de 1 deste mês que apenas chegou às minhas mãos
na tarde de anteontem.
Refleti
muito antes de escrever para você, respondendo. Orei. Pedi a inspiração
dos nossos Maiores. Não era meu intento tratar do caso doloroso
suscitado por nosso caro Divaldo Franco, notadamente com vocês, amigos
queridos de São Paulo, aos quais me ligo por laços muito altos do
coração.
Sua
carta, entretanto, coloca seu sentimento imensamente sincero à mostra e
silenciar, de minha parte, no assunto direto que você me trouxe seria
desconsiderar o meu carinho para com você.
Concluí então que deveria responder ao querido Jô, abrindo igualmente toda a minh’alma.
Você
diz em sua ternura infinita por mim, e que reconheço não merecer, que
estimaria ouvir-me, como sendo o pastor. Você sabe, querido Jô, que não
me sinto nessa condição. Estou muito longe da capacidade de dirigir.
A rigor, deveria com o seu carinhoso coração, no caso, na posição de alma irmã da sua alma, companheiros de jornada e de luta.
Mas
pelo amor que nos reúne na Causa que esposamos, prefiro (embora eu não o
mereça) conversar com você abraçando-o por meu filho. E ao abraçar
você, nessa condição, quero que você saiba que, no pensamento, reúno
igualmente o nosso Divaldo, ao seu lado, como sendo meu filho também.
Feito este preâmbulo, vamos conversar, nós dois, de alma para alma.
Em
1959, confirmando a estima que tenho por Divaldo, não vacilei receber
um prefácio para o primeiro livro mediúnico, que ele se propunha lançar,
através da FEB. O prefácio veio da parte do nosso André Luiz
estimulando-o ao trabalho, naturalmente. De minha parte, agi tão
confiante, que não cheguei a conhecer o texto, texto esse que não
hesitava endossar com todo o meu coração.
Chegado
o livro à FEB, sei que amigos da nossa mais alta instituição espírita
do Brasil aconselharam-no a desistir da publicação, até que a
mediunidade dele produzisse algo, mais original, de acordo com a elevada
posição de orador espírita que ele desfruta, com merecimento
justificado, em nosso meio. Alegavam
nossos amigos no Rio e isso com ele próprio, Divaldo, que o livro
recebido por ele era profundamente semelhante aos livros de André Luiz.
Para mim, isso vale como advertência grave que ele não poderia esquecer.
De
minha parte, ainda na última vez em que com ele estive, na Comunhão
Espírita Cristã, em conversa íntima, aconselhei-o a concentrar-se sem
qualquer pensamento preconcebido, sem leituras anteriores de livros
determinados, sem propósito de produzir mediunicamente em tema predileto
e sem criar qualquer clima condicionado por ele, mentalmente, o que
seria sempre uma dificuldade por ele oposta à manifestação espontânea
dos Amigos Espirituais.
Disse
tudo isso com a gentileza natural que devemos uns aos outros, tentando
ajudá-lo sem ferir, atento ao esforço que todos lhe devemos na
divulgação da Doutrina Espírita. Entre amigos uma observação carinhosa
dessa natureza vale por um aviso salutar.
Assim procedi, por notar, há muito tempo, que diversas mensagens recebidas por mim
(desculpe você, querido Jô, este “mim” tão gritante, mas a explicação
minha a você é pessoal e devo assumir plena responsabilidade do que
estou dizendo) vinham na
imprensa Espírita, desfiguradas ou, às vezes, quase que plenamente
copiadas, como tendo sido recebidas por ele, algumas até mesmo
antedatadas, quando em confronto com as páginas psicografadas por mim,
embora os trabalhos sob minha responsabilidade viessem a lume antes dos
apresentados por ele.
Vi tudo e calei-me.
Há muitos anos, o nosso abnegado Emmanuel me ensinou o hábito salutar de não me defender em causa própria.
As
mensagens em grande número, no setor de trabalho que me foi atribuído
estão na imprensa espírita e na distribuição de mensagens avulsas,
bastando que os espíritas conscienciosos se disponham a estudá-las.
Os
casos são às dezenas, ferindo de frente a dignidade mediúnica na
Doutrina que abraçamos, sem que ninguém viesse defender a Causa em si.
Não
me competia a mim efetuar um trabalho de preservação dessa ordem, de
vez que sou um trabalhador que estou na ponta dos trilhos, isto é, na
parte mais humilde do avanço da linha, com as mãos no atendimento aos
meus deveres de dia a dia, diante do povo necessitado, devendo confiar
nos engenheiros que dirigem o comboio.
Desde 1959, aguardo que se levante um dos companheiros representativos do movimento espírita a fim de tratar do grave problema.
Ninguém apareceu.
Continuei
a ver as páginas a que me refiro em todos os setores ou em quase todos
os setores, mas se me pronunciasse abertamente, semelhante providência
partida inicialmente de mim viria situar-me num caso de defesa pessoal, o
que sempre repeli, compreendendo que minha pessoa insignificante, no
caso em exame como em qualquer outro caso, nada vale. Não digo isso por
humildade que não tenho, mas simplesmente por sentir-me assim mesmo, sem
merecimento qualquer.
Apareceu em abril deste ano o folheto “Para onde vamos, espíritas?”.
O
assunto das mensagens copiadas surgiu com enorme efervescência e você
me dá notícias do nosso Divaldo, abatido e compreensivelmente abalado em
São Paulo.
Entendo,
sim, querido Jô, as lágrimas do nosso caro amigo e também me comovo,
orando a Jesus por todos nós, a fim de que, cada um de nós se compenetre
de suas responsabilidades próprias.
Entretanto,
para responder à sua afetuosa consulta, peço a você permissão para
tratar do assunto com a gravidade de nossos compromissos sobre o impulso
de nossos sentimentos.
Comecei a lida mediúnica em 1927, quando o nosso Divaldo provavelmente deveria estar no berço.
Estou
aposentando-me no terceiro emprego que tive nesta vida, no qual
trabalhei 30 anos sucessivos sem licença e sem férias, embora a minha
moléstia nos olhos, há mais de vinte anos, me conferisse por lei o
afastamento do serviço regular.
Não digo isso como quem apresenta louros, mas para lembrar que estou no meu recanto, atendendo às minhas obscuras obrigações.
Sempre
respeitei o nosso caro Divaldo em sua tarefa brilhante, como sempre
respeitei a todos os companheiros do Espiritismo, na posição em que o
Senhor os colocou a servir.
Nunca
fui a uma cidade sequer das inúmeras em que o nosso caro Divaldo é
festejado e querido, com méritos justos na palavra doutrinária, a fim de
subtrair o respeito devido a ele, a pretexto de ser eu insignificante
médium psicógrafo. Nem por isso, no entanto, embora reconhecendo a minha
total desvalia, devo esquecer que trago nos ombros o peso de uma
responsabilidade mediúnica, e espírita à qual, desde 1927, me rendi.
Será
possível que meus irmãos de Doutrina Espírita possam julgar que estou
recebendo os livros dos nossos Benfeitores Espirituais sem qualquer
noção de compromisso moral e de amor pela Causa? Será crível que
suponham esteja eu fazendo da mediunidade um esporte de quem mais nada
tem a fazer? Estarei recebendo as páginas de Emmanuel, há mais de trinta
anos consecutivos para brincar? Andarei dos 17 anos de idade aos 52, na
tarefa mediúnica, qual se eu fosse uma criança no parque de diversões?
Em
1958, como é do conhecimento público, meu pobre sobrinho Amaury Pena,
talvez deslumbrado pela idéia de lucros financeiros com livros
mediúnicos, sentindo-se assediado por entidades infelizes e adversárias
do movimento espírita-cristão, não hesitou, quando contrariado em seus
desígnios cobrir-me o rosto com a lama de profundo sarcasmo. Durante
quase um mês, os jornais do País me apontaram na categoria de
mistificador criminoso. Entretanto, os espíritos perturbadores, no caso
de meu sobrinho, vinham pela frente, o que me permitiu responder-lhes
com a única maneira digna que vi diante de meus olhos. Para não deixar
em minha folha mediúnica e espírita a notícia inverídica que entrara, um
dia, em rixa com os entes amados de minha família, toda ela constituída
de almas afetuosas e boas, mudei-me para Uberaba, a centenas de
quilômetros da casa que Deus me concedera para cultivar o jardim do amor
familiar e onde eu deixava conveniência e hábitos regulares de quase
cinqüenta anos.
Não
tomei semelhante atitude como quem traz uma pedra dentro do peito. O
amor e o respeito à Causa Mediúnica e à Causa Espírita exigiam de mim um
pronunciamento endereçado ao futuro. Preferi sair, à maneira de um
ingrato aos que mais me deram amor na presente reencarnação e à maneira
de um desterrado no próprio lar no conceito daqueles que não podiam
entender, de pronto, o meu gesto de repulsão ao desrespeito levantado
pelos espíritos inferiores, utilizando um pobre rapaz renascido na
família que o Senhor me dera, desrespeito esse lançado audaciosamente às
nossas fileiras e aos nossos trabalhos.
O caso, agora, é diferente. Esses mesmos espíritos inferiores se utilizam do nosso caro Divaldo e atacam o nosso movimento espírita pela retaguarda.
No caso do meu pobre sobrinho, que essas mesmas entidades já levaram à
desencarnação prematura, induzindo-o a alcoolizar-se até a morte do
corpo em 1961, o problema era claro. Hoje, temos um labirinto porque os
golpes chegam de trás.
O
assunto é sutil. Tudo parece tão leve, tão superficial. Mas se os
espíritas permitem que entidades menos dignas se apossem de um
companheiro respeitável para adaptar, copiar, desfigurar e enxertar as
páginas dos nossos Instrutores Espirituais acumuladas num esforço
paciente e também respeitável de mais de trinta anos de serviço, daqui a
outros trinta anos, os nossos netos e continuadores abraçarão problemas
e perplexidades tendentes a desacreditar a mediunidade, de vez que, com
o tempo, ninguém mais saberá quem copiou e mistificou, no assunto, se
Chico Xavier ou Divaldo Franco.
Sei que a obra é de Cristo e que n’Ele devemos todos esperar.
Não ignoramos também que na obra de Cristo cada um de nós tem responsabilidades essenciais.
Pergunto então a você, meu filho:
Posso
concordar com o que está acontecendo, se estão em jogo a Doutrina
Espírita e a Mediunidade e não o meu nome? Devo aplaudir uma perturbação
que ameaça o serviço de minha existência inteira? Devo tratar nosso
Divaldo, como se fosse uma criança irresponsável, quando tributo a ele
respeitoso apreço e grande afeto, há mais de dez anos, vendo-o viajar na
condição de um pregador consciente das verdades espíritas, do Amazonas
ao Rio Grande do Sul, assumindo, por isso, indiscutível responsabilidade
para com milhares de pessoas, talvez milhões? Devo tratá-lo à feição de
um companheiro necessitado de assistência, quando o problema é
interesse de uma Causa inteira, criado levianamente por ele próprio, e
no qual compareço à maneira de um réu em julgamento público, sem ter
saído de minha casa e sem ter abandonado os meus deveres, na consciência
tranqüila?
Não
será mais justo e recomendável entregá-lo à assistência de que se
encontra realmente necessitado, invocando o amparo dos Mensageiros de
Jesus que suplico para mim mesmo e esperando serenamente o juízo sereno
dos espíritas responsáveis pela orientação do nosso movimento, a fim de
que ele seja aconselhado e dirigido, como devo, de minha parte, estar
igualmente pronto a receber os avisos e instruções dos companheiros na
fé e no trabalho a fim de que eu não me transforme em instrumento de
perturbação para os nossos serviços?
Diz
o nosso caro Divaldo que me ama, e eu tenho dado provas de imenso
apreço afetivo a ele, entretanto, por que motivo não me respeita o nosso
amigo como respeito a ele?
Porque razão esse propósito deliberado de arrasar com as mensagens dos
nossos Benfeitores Espirituais, recebidas por meu intermédio,
desfigurando-as, descaracterizando-as, ferindo-as, transfigurando-as?
Não
posso inocentá-lo, porque isso acontece há muito tempo e ele possui
bastante auto-crítica para reconhecer que as entidades que se valem dele
para isso estão entrando numa atitude, francamente abusiva por
desrespeitosa ao Espiritismo e à Mediunidade, a ponto de sacerdotes
católicos-romanos já estarem se manifestando pela imprensa indagando se
sou eu ou ele o mistificador.
De mim mesmo, nada valho e estou pronto a receber por bênçãos quaisquer
injúrias que sejam assacadas contra a minha pessoa, entretanto, no
assunto, é a Doutrina Espírita que está sendo desprestigiada e
dilapidada.
Soube
que o nosso Divaldo tem dito, onde vai, que está sofrendo em demasia,
sentindo-se por vezes desejoso de renunciar à tarefa, o que seria
lamentável por encontrarmos nele um orador digno e um arauto digno de
nosso movimento espírita, o que realmente me comove e me confrange, mas
devo tratar somente com as minhas emoções um problema em que milhões de
pessoas amanhã procurarão a verdade?
Devo
deixar que a minha comoção embargue o meu raciocínio, largando a
mediunidade embaciada e desrespeitada, com evidente menosprezo aos
companheiros que virão depois de nós?
Depois
do impresso “Para onde vamos, espíritas?”, surgem aqui e ali alguns
poucos amigos decididamente interessados em estudar a realidade dos
fatos e apresentarem, de público, o resultado de suas observações, o que
não poderia impedir de minha parte.
E
caber-me-ia desencorajá-los, acobertando a intromissão gradativa dos
espíritos das sombras, em nossas fileiras, a título de caridade, que é
carinho mas é também ensinamento, se até agora nenhum companheiro de
responsabilidade nas instituições espíritas se lembrou de que a obra de
Emmanuel deve ser digna de respeito?
Afirma o nosso Divaldo, reiteradamente, que me ama e me deseja todo o bem, mas porque age assim, permitindo que entidades irresponsáveis o manejem dessa forma?
Eu também amo Allan Kardec e admiro-lhe imensamente a obra sublime,
entretanto, por isso, estaria eu autorizado a tomar-lhe essa ou aquela
página da Codificação Espírita, alterando-a e lançando-a com o nome dos
amigos desencarnados que me assistem, para uso dos meus irmãos na fé?
Aparecem
os companheiros que afirmam será o movimento espírita dividido com
semelhante questão, contudo, querido Jô, minha consciência está
tranqüila. Não desencandeei o problema. Permaneço onde vocês todos me
conhecem. Por ser médium dos livros dos nossos Amigos Espirituais, o que
julgo tão natural como se a mediunidade psicográfica fosse outro campo
qualquer de atividade espírita, nunca esperei qualquer consideração.
Há
mais de trinta anos, entrego aos companheiros do Espiritismo as páginas
dos nossos Amigos Espirituais, com a profunda veneração de quem não
deseja conspurcá-las com as próprias deficiências e imperfeições que
carrega, sem jamais conservar a idéia de remuneração dessa ou daquela
natureza. Sempre recebi as demonstrações dos amigos queridos, quais
vocês, os afetos queridos de São Paulo como quem recolhe tesouros que
não merece e rogando a Deus me torne digno da confiança e da ternura com
que me tratam. No íntimo, porém, tenho pedido ao Senhor me ajude a
viver conforme a simplicidade a que me sinto jungido por imposições
naturais de minha condição pequenina, e assim, meu querido Jô, devo
desencarnar coerente com o que tenho acreditado, sem desejar para mim
outra cousa que não sejam a Vontade do Senhor e o dever bem cumprido.
Entendo
que o nosso Divaldo possui legiões e legiões de amigos, muitos deles
influentes e poderosos no campo econômico e social, por merecimento
natural dele, operário brilhante da palavra espírita e, sem dúvida, raro
missionário da assistência à infância desvalida em Salvador, mas isso
não pode interferir com a minha obrigação de ser fiel a mim mesmo, nas
responsabilidades que abracei na Doutrina Espírita e na Mediunidade, na
presente reencarnação. Não posso iludir-me. Todos estamos caminhando
para a Espiritualidade e se eu aqui posso enganar aos meus irmãos de
ideal, abusando dessa ou daquela qualidade que o Senhor me emprestou,
amanhã não poderei enganar aos que nos seguem de uma Vida Maior, e à
cuja existência desde agora me sinto entrosado. É preferível que eu seja
sozinho, mas com a tranqüilidade de quem cumpre o próprio dever diante
daqueles que me puseram esse mesmo dever nas mãos por título de
confiança, do qual não poderei abusar sem graves conseqüências.
Por
tudo o que exponho a você, querido amigo, com sinceridade e carinho,
porque não é sem carinho e sem sinceridade que escrevo esta carta, não
desejo receber a visita pessoal do nosso Divaldo presentemente,
conquanto, não tenha de minha parte qualquer mágoa e esteja em prece
pela felicidade e saúde, fortalecimento e tranqüilidade dele. Acontece
que se nos encontrarmos agora, estaria na posição estranha de quem nada
pode dizer. Se vier a censurá-lo seria crueldade de minha parte, porque
devo acreditar que ele está sendo instrumento da perturbação sem
perceber. E, por outro lado se vier a tratá-lo com ternura, dou a
impressão errônea de que estou aprovando a leviandade em andamento. Como
vê, você, querido Jô, há momentos, em que o testemunho nosso é
doloroso, de vez que não podemos trair a nós próprios.
Se
ele, porém, recorrer a você para saber o que penso das ocorrências em
curso, autorizo seu carinho a mostrar-lhe esta carta, na qual exponho
todos os meus sentimentos e pensamentos, no assunto, depois de rogar a
assistência dos nossos Instrutores Espirituais, a fim de escrever a você
com serenidade entre o coração e o cérebro, coerente com a Doutrina
Espírita e comigo mesmo. Divaldo tem largo futuro à frente. Ele não
precisa absolutamente da psicografia para sustentar a amizade e o
carinho dos amigos desencarnados e encarnados. Jesus colocou-lhe um
facho de luz no verbo sagrado que ele, nosso amigo e companheiro tão
querido, pode santificar, cada vez mais, dele fazendo a sua bandeira de
serviço à Humanidade, crescendo sempre como um dos mais altos paladinos
de nossa Causa no Brasil e fora do Brasil.
Mostrei
esta carta aos amigos que me partilham a convivência e sendo de seu
desejo pode mostrá-la aos nossos queridos companheiros daí. Poucas vezes
terei oportunidade de me deter no caso com tanta clareza, de vez que o
assunto é agressivo e doloroso e realmente só escreveria o que escrevi
nesta carta em me comunicando com aqueles que mais amo.
Deus nos abençoe, querido Jô, e perdoe a franqueza carinhosa de quem igualmente o ama por abençoado filho espiritual.
(ass.) Chico
Terminada a carta datilografada Chico Xavier, fazendo uso da caneta-tinteiro acrescentou a seguinte observação:
“Peço
reserva sobre esta carta que deve ser lida somente para os que possam
compreendê-la com espírito de compreensão fraternal.”
E assinou: “Chico”.
Fim.
JORGE RIZZINI
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