Graças a Vital Cruvinel, a reportagem da revista O Cruzeiro do dia 22 de fevereiro de 1964 encontra-se disponibilizada. Vital possui um blog chamado Rede de Pesquisas Espíritas em que convida as pessoas a colaborarem em seu estudo sobre o caso. Abaixo segue a revista disponibilizada e a reportagem transcrita.
“O Cruzeiro” obtém, em São Paulo, as provas mais contundentes sôbre a farsa da materialização de Uberaba.
A “Medium” Otília Sem Máscara
Reportagem de Nilo de Oliveira e Henri Ballot
A
IRMÃ JOSEFA entre colegas de sua Ordem. Observe-se que o hábito usado
pela freira é diferente daquele com que aparece nas “materializações” de
Uberaba. Também o crucifixo não tem os enfeites de prata que surgem nas
“materializações”.
“O
Cruzeiro” apresenta, agora, a prova mais contundente da farsa da
materialização de Uberaba: os repórteres Nilo de Oliveira e Henri Ballot
descobriram, em São Paulo, a verdadeira mãe da “médium” Otília e
constataram que a “Irmã Josefa”, que se “materializava” através de
Otília, morreu aos 71 anos de idade e era italiana e não alemã, como
afirmaram os mistificadores. E mais ainda: há coleta de dinheiro nas
sessões de materialização – as sessões “científicas”.
NO
CEMITÉRIO Municipal de Campinas, São Paulo, uma lápide identifica o
túmulo da Irmã Josefa (a verdadeira): “Aqui jaz Irmã Luiza José
Oddonino, nascida a 12 de julho de 1874, falecida a 28 de junho de 1946.
Orai por ela”. O padre que se vê é Monsenhor João de Almeida Lopes.
DECLARAÇÃO
Declaramos,
a bem da verdade, que assistimos ao primeiro encontro dos repórter da
Revista “O Cruzeiro”, Nilo de Oliveira e Henri Ballot, com dona Maria
Luiza Barbosa, hoje Maria Luiza Rodrigues, em frente a Prefeitura desta
cidade, tendo a referida senhora respondido às perguntas dos repórteres
sôbre maternidade e paternidade de Otília Costa, hoje Otília Diogo, com a
afirmativa peremptória de que Otília é sua filha sanguínea, sendo o pai
Casimiro Costa.
Cosmópolis, 29 de janeiro de 1964.
Dr. Adélio Reis Xavier
Cabo Paulo Alves Prenso
Dr. Luis Mariano dos Santos
Hermínio Bernaccho
PARA
evitar futuros desmentidos, os repórteres de “O Cruzeiro” pediram uma
declaração, por escrito, das pessoas que assistiram ao seu primeiro
encontro com D. Maria Luiza Rodrigues, que revelou ser mãe de Otília
Diogo.
Documentos oficiais destroem a grande mentira de Uberaba
A
“IRMÃ Josefa”, quando se “materializava”, nas sessões espíritas dos
farsantes de Uberaba, afirmava que a “médium” Otília Diogo era sua filha
carnal, “produto de seu amor pecaminoso com um padre”. Todos, sem
exceção, que assistiram à grande farsa, conhecem esta história. Ela foi
arquitetada como parte essencial da mistificação; numa tentativa de
neutralizar a ação da Igreja Católica, única fôrça organizada no
interior do País capaz de dar-lhes combate. Aos crentes êles afirmariam
que a Igreja os atacava para defender-se. Êste fato precisava ser
confirmado ou desmentido. Tornava-se necessário fazer uma devassa na
vida de Otília Diogo. Seria êste seu nome verdadeiro? Onde nascera? Quem
eram seus pais? Estas perguntas deveriam ter suas respostas. Com êste
objetivo viajamos para Ouro Fino, em Minas Gerais.
Após
a publicação de nossa reportagem, recebemos inúmeros telegramas de
aplausos. Dentre êles havia um, originário de Ouro Fino, assinado pelo
advogado Plínio Miranda com a afirmativa de que a fraude de Uberaba
começara na cidade de Andradas, Minas Gerais. Seu signatário dizia ter
provas da mistificação.
Chegamos
a Ouro Fino e, antes de procurar um hotel, localizamos a residência do
Dr. Plínio Miranda. Êle nos disse de sua convicção de que as
“materializações”, tendo Otília por “médium”, eram fraudulentas.
Contou-nos que durante uma “sessão espírita”, em Andradas, a que êle
estava presente, a “Irmã Josefa” fêz a pergunta: “Há alguém da cidade de
Pouso Alegre presente?” Como ninguém se acusasse, Plínio gritou da
platéia: “Eu sou de Pouso Alegre”. Como é seu nome? perguntou a “Irmã Josefa”. José Dantas,
respondeu Plínio. A “Irmã Josefa” conversou, então, com ele. Disse que
gostava muito de Pouso Alegre, deu-lhe uma cruz fosforescente para que
fôsse tocada, mas não descobriu que Plínio estava mentindo. A êste fato
assistiram os Srs. Walter Lineu de Paiva, Agenor Simões Coelho Filho,
Romeu Germiniani, Osmar Castelli e Jair de Paiva. Nesta mesma ocasião a
“Irmã Josefa” pediu aos presentes que auxiliassem financeiramente sua
filha Otília. Jair de Paiva lamenta, até hoje, os três mil cruzeiros que
deu a Otília, pois nos primeiros momentos êle ficara impressionado com a
farsa. Conseguimos falar com Jair de Paiva, Osmar Castelli, Romeu
Germiniani que confirmaram o fato de haver coleta de dinheiro, por
sugestão de “Irmã Josefa”, nas sessões de Andradas. Todos são unânimes
em afirmar que Otília é uma farsante, tendo falcatrueiros e ingênuos
como seus administradores.
Romeu
Germiniani, comerciante em Ouro Fino, disse-nos que era espírita e por
êste motivo, Otília (que o conhecia), durante as sessões, procurava
explorar sua vaidade. A “Irmã Josefa” falava: “Vejo ao lado de Romeu
grandes entidades espirituais. Êle é um grande médium”. Romeu queria que
fôsse realizada uma sessão em Ouro Fino para desmascarar Otília, pois
êle julgava perigoso fazê-lo no meio dos fanáticos. Otília não foi a
Ouro Fino, pois seus assessôres devem ter percebido que Romeu não era
vaidoso, ingênuo ou corrupto. Romeu termina por redigir, em linguagem
simples, uma declaração cujo final reproduzimos textualmente, com os
erros de gramática: “Não sei como meu grande amigo Francisco Candido
Xavier deixou-se fotografar nestes movimentos em Uberaba. Chico pesso-te
em tudo que vote é, para nos espirita temus em voce uma autoridade
maxima aqui neste prano, salvar estes nossos irmãos da mentira da
mistificação, temos que combater contra estas mistificações que alastra
atraves de nossa doutrina, nosso combate é apresentando a verdade dos
fatos, venho em meu nome pedir aos adepitos e aos estudiosos do
espiritismo que se alerte sobre as mistificações que surgirão através
dos tempos.”
Plínio
denunciou a fraude na “Gazeta de Ouro Fino” e os farsantes não tomaram
conhecimento, nem tampouco as autoridades policiais.
Como
outras pessoas, procuradas por nós, não foram encontradas em Ouro Fino,
resolvemos seguir para Andradas (MG), já que até aquele momento não
tínhamos resposta alguma aos nossos objetivos iniciais.
Segunda-Feira,
27, chegamos a Andradas às 16 h. A cidade, muda às nossas indagações.
Todos pareciam temer alguma coisa. Andradas, cidade do interior de Minas
Gerais, gente simples e honesta, parecia vencida por uma centena de
“gangsters” do espiritismo. Estávamos avisados de que era tabu falar em
Otília Costa, ou Diogo, naquela cidade mineira, mas tínhamos que
prosseguir em nossas indagações.
Ao
chegar no Cartório do Sr. Antônio Lisboa Duarte, o assunto em discussão
era a farsa de Otília, revelada pelo “O Cruzeiro”. Ballot olhou-me
surprêso e comentou em voz baixa: “Aqui encontraremos alguém que fale”.
Ao nos identificarmos, recebemos a primeira acolhida simpática. O Sr.
Antônio Lisboa Duarte foi incisivo: “Auxiliarei os senhores no que me
fôr possível. Nosso povo não pode continuar sendo mistificado. É preciso
restabelecer a verdade dos fatos”.
Nossa
experiência nos deu a certeza de que estávamos diante de um homem de
coragem. Em seu Cartório encontramos pouca coisa: um processo de
desquite de José Felisbino Diogo, amásio de Otília, de sua espôsa Maria
de Lourdes Rodrigues; uma escritura de doação de uma casa aos filhos de
José Felisbino Diogo, feita por dona Cândida Gonçalves, aos 30 dias de
março de 1960. Os beneficiários desta doação eram: Antônio Sebastião
Diogo, Miriam Aparecida Diogo e Benedita Donizeti Diogo. Antônio é filho
de José com sua espôsa legítima. Miriam e Benedita filhas de José com
Otília. Nada mais encontramos que nos indicasse a origem de Otília.
O
Sr. Duarte saiu conosco pela cidade à procura de informações. Ninguém
sabia de onde viera Otília. Ela aparecera naquela cidade há cérca de 14
anos e fôra morar na zona do meretrício, onde José a conheceu. Com ela
se amasiou e passaram a viver maritalmente. José trabalhava, como
barbeiro, na barbearia do Sr. Divino Ventureli. O Sr. Duarte nos levou à
presença de Ventureli. Êste se mostrou tímido e disse ser amigo de José
Diogo. Aos poucos nos contou que José era de Santo Antônio do Jardim,
SP, onde morava na Fazenda de Santa Bárbara. Jovem ainda, José era o
rezador daquela população rural. Lembrava-se de que José conhecera
Otília na zona do meretrício em Andradas, mas não sabia de onde era
Otília e qual seu verdadeiro nome. Êle havia assistido a diversas
sessões de “materialização” da “Irmã Josefa”, mas tinha dúvidas de sua
autenticidade. Mostrava-se reticente e não fazia afirmativas.
Saímos
tarde da noite da casa de Ventureli e fomos dormir, já um pouco
desesperançados. Urna pergunta nos martelava a cabeça: de onde teria
surgido aquela mulher? Em nosso quarto de hotel trocávamos idéias. Em
determinado momento Ballot sugeriu que procurássemos o registro civil
dos filhos de Otília com José Diogo.
Têrça-feira,
28, logo de manhã fomos à procura do Sr. Duarte para lembrá-lo a
sugestão de Ballot. O Sr. Duarte foi conosco ao Tabelião do Registro
Civil de Andradas e iniciamos a busca. Não sabíamos a data do nascimento
das meninas. Cada um pegou um livro-índice para fazer a pesquisa. Em
determinado momento, ouviu-se um grito de alegria de Ballot. Êle havia
encontrado o registro de Benedita Donizeti Diogo. Lá estava a primeira
prova de fraude de José Diogo, pois êle declarava ser casado civilmente
com Otília da Costa Diogo, em Santo Antônio do Jardim, SP. Ou êle era
bígamo, ou havia feito declarações …
ESTA
é D. Maria Luiza Barbosa, hoje Maria Luiza Rodrigues, mãe da
“sensitiva” Otília. Identificando a verdadeira mãe de Otília, a
reportagem de “O Cruzeiro” destrói a afirmativa injuriosa de que a
“médium” seria filha de uma freira, cuja vida, aliás, foi
comprovadamente exemplar e santa.
“O Cruzeiro” desfaz a trama infamante que envolvia uma santa
UM
dos “argumentos” mais poderosos dos médicos e mistificadores de Uberaba
para convencer os incautos e os de extrema boa-fé sôbre a validade de
suas experiências ditas científicas, de materialização de espíritos, é
de que a “médium” Otília Diogo incorpora o espírito de sua própria mãe, a
Irmã Josefa, que a tivera no convento. Talvez por isso – argumentam os
mistificadores – a “materialização” da “Irmã Josefa” tenha os mesmos
traços fisionômicos da “médium” Otília. Pois bem: os repórteres de “O
Cruzeiro”, além de outras provas definitivas sôbre a farsa de Uberaba,
constataram, como se vê nas fotografias, que a verdadeira mãe de Otília
ainda vive, nunca foi freira e se parece tanto com a filha “médium”
quanto com as suas outras duas filhas. Elas têm traços fisionômicos bem
definidos – o nariz, a testa, a bôca, o que comprova a mentira que os
médicos de Uberaba tentaram engendrar. Mas a mentira tem pernas curtas. E
em 5 dias os repórteres de “O Cruzeiro” provaram a mistificação.
OTÍLIA
tem três irmãs ainda vivas e um irmão. Esta é Dalva da Costa Fursato,
casada, mãe de família, residente em Cosmópolis, SP.
ROSA
da Costa Soares, irmã mais velha, tem mais um ano de idade do que
Otília. Divertiu-se muito com a suposta filiação de sua irmã Otília.
OTÍLIA
da Costa, nascida a 11 de fevereiro de 1927, em Cosmópolis, filha de
Maria Luiza Barbosa e Casimiro da Costa. Há documentos oficiais que
provam isto, desmascarando flagrantemente a má fé e a mentira dos
médicos de Uberaba.
…
falsas perante o tabelião Paulo Augusto Drumond de Souza. No registro
constava que Otília da Costa Diogo era filha de Casimiro da Costa e de
Maria Luiza Barbosa, nascida em Cosmópolis, SP. Estava levantada uma
ponta do véu misterioso que cobria o passado de Otília.
Fomos
à cidade de Santo Antônio do Jardim à procura de dados sôbre o
casamento de José Diogo e Otília. No cartório daquela cidade só constava
o casamento de José Felisbino Diogo com Maria de Lourdes Rodrigues.
Eram falsas as declarações prestadas por José Felisbino Diogo ao
cartório de Andradas. Neste momento uma dúvida nos assaltou: seriam
falsas as declarações a respeito de Otília? Estávamos na rota de
farsantes integrais ou parciais? Iríamos até o fim contando a verdade.
Quarta-feira,
29, estávamos em Campinas. Levantamos cedo e fomos ao cemitério buscar
dados sôbre a Irmã Josefa. Lá estava seu túmulo: Luiza José Oddonino,
Ballot bateu suas fotos e eu tomei nota do nome de algumas irmãs
sepultadas naquele cemitério. Lá constava o nome das Irmãs Antonina
Renaldi e Luiza de São Miguel Boyer. O Dr. Sebastião de Meio, um dos
experimentadores de Uberaba, havia …
JOSÉ
Araújo Corrêa, vinhateiro, assistindo a “materializações” em Andradas,
convenceu-se de que tudo aquilo era uma farsa grosseira.
…
contado, em nossa presença, quando estivemos em Uberaba, que só a Irmã
Josefa, de tôdas as irmãs sepultadas naquele cemitério, não tinha o nome
de Maria, o que evidenciava não ter morrido em virgindade. Ou o Dr.
Sebastião mentiu propositadamente, ou foi ludibriado pelos farsantes. O
certo é que nem tôdas as freiras sepultadas têm “Maria” no nome. Eu,
pessoalmente, creio que foi ludibriado em sua boa-fé, mas chegou o
momento de contar a verdade, dando nomes aos farsantes para que não
venha a se confundir com êles.
Do
cemitério de Campinas, após algumas outras providências elucidativas,
dirigimo-nos ao hotel, onde pegamos nossas malas. Ainda não tínhamos a
certeza se iríamos ou não a Cosmópolis. Nosso tempo se esgotava.
Resolvemos, então, ir à Delegacia Regional de Campinas procurar
antecedentes criminais de Otília, já que ela tinha um passado pouco
recomendável. Ao chegarmos à Delegacia fomos informados de que só à
tarde poderíamos obter as informações desejadas. Mas o …
ROMEU
Germiniani, médium, é um espírita honesto. Mora em Oura Fino. Acha que
as “exibições” de Otília depõem contra o espiritismo.
DIVINO
Venturelli, barbeiro, trabalhou com o atual amante de Otília, José
Diogo. Referiu-se ao misticismo primário de José Diogo.
PLÍNIO
MIRANDA (de óculos), advogado em Ouro Fino, denunciou a fraude de
Andradas. Emb.: Antônio Lisboa Duarte, figura de conceito em Andradas,
diz que tudo fará para destruir êste falso espiritismo.
…
delegado de plantão era o Dr. Adélio Reis Xavier, titular da Delegacia
de Cosmópolis, o qual não conhecia Casimiro da Costa e nenhum membro de
sua família que morasse em Cosmópolis. Êle sairia de serviço ao meio-dia
e poderia levar-nos à Delegacia, onde melhores informações nos seriam
dadas.
Cosmópolis
é uma cidade próxima à Campinas, de onde dista cêrca de 40 km. Na
Delegacia nada encontramos. Nenhum popular conhecia Casimiro da Costa.
Dirigimo-nos, então, à Prefeitura Municipal de Cosmópolis para pesquisar
as fichas eleitorais do Município. Quando estávamos à porta da
Prefeitura, um popular a quem havíamos feito indagações, apontou-nos uma
senhora, que descia a rua, dizendo: a Dona Dalva é filha de um tal
Mirão, já falecido. Será êle Casimiro? Perguntamos, então, à Dona Dalva e
ela nos afirmou: Meu pai chamava-se Casimiro da Costa.
__ E sua mãe?
__ Minha mãe chama-se Maria Luiza Rodrigues.
__ Não é Maria Luiza Barbosa.
__ Êste era seu nome, antes de casar com o Sr. Guilherme Rodrigues, há um ano atrás.
__ A senhora tem uma irmã de nome Otília?
__ Sim. Ela é minha irmã, mas há muito tempo que não a vejo.
Momentos
após encontrávamos Dona Maria Luiza Rodrigues que, na presença de
muitos populares, nos declarou: Otília da Costa é minha filha. Ela pode
dizer que não, mas uma mãe nunca nega sua filha. Tínhamos vencido uma
batalha. Dona Maria informou-nos de que tinha os seguintes filhos:
Antônia da Costa Pedroso, Rosa da Costa Soares, Otília da Costa Diogo,
Marcílio da Costa e Dalva da Costa Fussati. O pai dos mesmos era
Casimiro Kiehl, descendente de alemães, que posteriormente retificou seu
nome para Casimiro da Costa. Isto explica o fato de Otília, quando
“materializava” o espírito da “Irmã Josefa”, ter declarado a um repórter
que era alemã. Na realidade a Irmã Josefa era italiana.
Na
entrevista concedida à TV-Itacolomi, logo no início do programa (discos
gravados em nosso poder), o locutor comentou com o Dr. Eurípedes Vieira:
“Diz-se que a Irmã Josefa materializava-se através de sua própria
filha, Otília Diogo…” — ao que o Dr. Eurípedes respondeu claramente: “De
fato”.
O
Dr. Waldo Vieira, quase ao encerrar-se o programa, toca no assunto da
filiação da “médium” Otília, dizendo textualmente (disco gravado em
nosso poder): “Irmã Josefa, que se diz mãe de nossa principal médium,
Otília Diogo” — e acrescenta que Irmã Josefa “tem características próprias, voz própria, fisionomia, também própria, bem mais jovem do que a médium”. Nossas fotografias mostram claramente que Otília Diogo e a “Irmã Josefa” são a mesma pessoa.
Otília
Diogo foi casada com o Sr. Hugo Salmistraro, a quem abandonou, em
Cosmópolis, com seus filhos, indo para a cidade de Americana, onde levou
vida irregular, tendo, posteriormente, se transferido para Andradas. O
Sr. Salmistraro, ainda vive em Cosmópolis.
Dona
Modestina Salvi, proprietária da Pensão Cosmopolitense, declarou-nos
que foi colega de escola de Otília e que sempre soube ser ela filha de
Casimiro. A família de Casimiro era muito pobre e certamente não iria
criar nenhuma criança alheia. As irmãs Costa são extremamente parecidas,
com idênticos traços fisionômicos, não restando dúvidas sôbre a
paternidade das mesmas.
Nossa
reportagem vai dividir os experimentadores em dois grupos: Os que
reconhecerão que o “espírito materializado de Irmã Josefa” é mentiroso, e
os dos que tentarão sustentar a fraude a qualquer custo, pois foram
pilhados em flagrante. Aos ingênuos e crédulos nós prestamos um serviço;
aos mistificadores, nós os desmascaramos.
Irmã
Luiza José Oddonino, filha de Giusepe Oddonino e Maria Gastone, nasceu
na Itália, em Aviglano, a 14 de julho de 1874. Quando mudou-se com sua
família para a França, entrou para o Convento das Irmãs de São José, em
Chambery, fazendo aí seu noviciado. Veio para o Brasil em 1892, já como
religiosa de votos temporários. Em 1896, no Convento das Irmãs de São
José, na cidade paulista de Itu, fêz seus votos perpétuos. Dedicou sua
vida aos doentes, na Santa Casa de Campinas, onde cuidava dos
tuberculosos lá internados. Foi sempre uma religiosa exemplar e piedosa.
Sua virgindade é indiscutível. Todos os religiosos antigos de Campinas,
como a Irmã Maria Natália, que ainda cuida dos doentes na mesma Casa de
Misericórdia em que trabalhara ao lado de Irmã Josefa, são unânimes em
afirmar o alto espírito humanitário e religioso daquela Irmã.
Os
que tentaram profanar o nome de Irmã Luiza José Oddonino são os
espíritas desonestos do Brasil, interessados na vendagem de livros
mentirosos. Ela, certamente, os perdoará, pois êles talvez sejam
inconscientes e inconseqüentes.
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