quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Resgate Histórico: Revista O Cruzeiro de 22/02/1964

Graças a Vital Cruvinel, a reportagem da revista O Cruzeiro do dia 22 de fevereiro de 1964 encontra-se disponibilizada. Vital possui um blog chamado Rede de Pesquisas Espíritas em que convida as pessoas a colaborarem em seu estudo sobre o caso. Abaixo segue a revista disponibilizada e a reportagem transcrita.


“O Cruzeiro” obtém, em São Paulo, as provas mais contundentes sôbre a farsa da materialização de Uberaba.
A “Medium” Otília Sem Máscara 
Reportagem de Nilo de Oliveira e Henri Ballot 
A IRMÃ JOSEFA entre colegas de sua Ordem. Observe-se que o hábito usado pela freira é diferente daquele com que aparece nas “materializações” de Uberaba. Também o crucifixo não tem os enfeites de prata que surgem nas “materializações”.
“O Cruzeiro” apresenta, agora, a prova mais contundente da farsa da materialização de Uberaba: os repórteres Nilo de Oliveira e Henri Ballot descobriram, em São Paulo, a verdadeira mãe da “médium” Otília e constataram que a “Irmã Josefa”, que se “materializava” através de Otília, morreu aos 71 anos de idade e era italiana e não alemã, como afirmaram os mistificadores. E mais ainda: há coleta de dinheiro nas sessões de materialização – as sessões “científicas”.
NO CEMITÉRIO Municipal de Campinas, São Paulo, uma lápide identifica o túmulo da Irmã Josefa (a verdadeira): “Aqui jaz Irmã Luiza José Oddonino, nascida a 12 de julho de 1874, falecida a 28 de junho de 1946. Orai por ela”. O padre que se vê é Monsenhor João de Almeida Lopes.
DECLARAÇÃO
Declaramos, a bem da verdade, que assistimos ao primeiro encontro dos repórter da Revista “O Cruzeiro”, Nilo de Oliveira e Henri Ballot, com dona Maria Luiza Barbosa, hoje Maria Luiza Rodrigues, em frente a Prefeitura desta cidade, tendo a referida senhora respondido às perguntas dos repórteres sôbre maternidade e paternidade de Otília Costa, hoje Otília Diogo, com a afirmativa peremptória de que Otília é sua filha sanguínea, sendo o pai Casimiro Costa.
Cosmópolis, 29 de janeiro de 1964.
Dr. Adélio Reis Xavier
Cabo Paulo Alves Prenso
Dr. Luis Mariano dos Santos
Hermínio Bernaccho
PARA evitar futuros desmentidos, os repórteres de “O Cruzeiro” pediram uma declaração, por escrito, das pessoas que assistiram ao seu primeiro encontro com D. Maria Luiza Rodrigues, que revelou ser mãe de Otília Diogo. 
Documentos oficiais destroem a grande mentira de Uberaba 
A “IRMÃ Josefa”, quando se “materializava”, nas sessões espíritas dos farsantes de Uberaba, afirmava que a “médium” Otília Diogo era sua filha carnal, “produto de seu amor pecaminoso com um padre”. Todos, sem exceção, que assistiram à grande farsa, conhecem esta história. Ela foi arquitetada como parte essencial da mistificação; numa tentativa de neutralizar a ação da Igreja Católica, única fôrça organizada no interior do País capaz de dar-lhes combate. Aos crentes êles afirmariam que a Igreja os atacava para defender-se. Êste fato precisava ser confirmado ou desmentido. Tornava-se necessário fazer uma devassa na vida de Otília Diogo. Seria êste seu nome verdadeiro? Onde nascera? Quem eram seus pais? Estas perguntas deveriam ter suas respostas. Com êste objetivo viajamos para Ouro Fino, em Minas Gerais.
Após a publicação de nossa reportagem, recebemos inúmeros telegramas de aplausos. Dentre êles havia um, originário de Ouro Fino, assinado pelo advogado Plínio Miranda com a afirmativa de que a fraude de Uberaba começara na cidade de Andradas, Minas Gerais. Seu signatário dizia ter provas da mistificação.
Chegamos a Ouro Fino e, antes de procurar um hotel, localizamos a residência do Dr. Plínio Miranda. Êle nos disse de sua convicção de que as “materializações”, tendo Otília por “médium”, eram fraudulentas. Contou-nos que durante uma “sessão espírita”, em Andradas, a que êle estava presente, a “Irmã Josefa” fêz a pergunta: “Há alguém da cidade de Pouso Alegre presente?” Como ninguém se acusasse, Plínio gritou da platéia: “Eu sou de Pouso Alegre”. Como é seu nome? perguntou a “Irmã Josefa”. José Dantas, respondeu Plínio. A “Irmã Josefa” conversou, então, com ele. Disse que gostava muito de Pouso Alegre, deu-lhe uma cruz fosforescente para que fôsse tocada, mas não descobriu que Plínio estava mentindo. A êste fato assistiram os Srs. Walter Lineu de Paiva, Agenor Simões Coelho Filho, Romeu Germiniani, Osmar Castelli e Jair de Paiva. Nesta mesma ocasião a “Irmã Josefa” pediu aos presentes que auxiliassem financeiramente sua filha Otília. Jair de Paiva lamenta, até hoje, os três mil cruzeiros que deu a Otília, pois nos primeiros momentos êle ficara impressionado com a farsa. Conseguimos falar com Jair de Paiva, Osmar Castelli, Romeu Germiniani que confirmaram o fato de haver coleta de dinheiro, por sugestão de “Irmã Josefa”, nas sessões de Andradas. Todos são unânimes em afirmar que Otília é uma farsante, tendo falcatrueiros e ingênuos como seus administradores.
Romeu Germiniani, comerciante em Ouro Fino, disse-nos que era espírita e por êste motivo, Otília (que o conhecia), durante as sessões, procurava explorar sua vaidade. A “Irmã Josefa” falava: “Vejo ao lado de Romeu grandes entidades espirituais. Êle é um grande médium”. Romeu queria que fôsse realizada uma sessão em Ouro Fino para desmascarar Otília, pois êle julgava perigoso fazê-lo no meio dos fanáticos. Otília não foi a Ouro Fino, pois seus assessôres devem ter percebido que Romeu não era vaidoso, ingênuo ou corrupto. Romeu termina por redigir, em linguagem simples, uma declaração cujo final reproduzimos textualmente, com os erros de gramática: “Não sei como meu grande amigo Francisco Candido Xavier deixou-se fotografar nestes movimentos em Uberaba. Chico pesso-te em tudo que vote é, para nos espirita temus em voce uma autoridade maxima aqui neste prano, salvar estes nossos irmãos da mentira da mistificação, temos que combater contra estas mistificações que alastra atraves de nossa doutrina, nosso combate é apresentando a verdade dos fatos, venho em meu nome pedir aos adepitos e aos estudiosos do espiritismo que se alerte sobre as mistificações que surgirão através dos tempos.
Plínio denunciou a fraude na “Gazeta de Ouro Fino” e os farsantes não tomaram conhecimento, nem tampouco as autoridades policiais.
Como outras pessoas, procuradas por nós, não foram encontradas em Ouro Fino, resolvemos seguir para Andradas (MG), já que até aquele momento não tínhamos resposta alguma aos nossos objetivos iniciais.
Segunda-Feira, 27, chegamos a Andradas às 16 h. A cidade, muda às nossas indagações. Todos pareciam temer alguma coisa. Andradas, cidade do interior de Minas Gerais, gente simples e honesta, parecia vencida por uma centena de “gangsters” do espiritismo. Estávamos avisados de que era tabu falar em Otília Costa, ou Diogo, naquela cidade mineira, mas tínhamos que prosseguir em nossas indagações.
Ao chegar no Cartório do Sr. Antônio Lisboa Duarte, o assunto em discussão era a farsa de Otília, revelada pelo “O Cruzeiro”. Ballot olhou-me surprêso e comentou em voz baixa: “Aqui encontraremos alguém que fale”. Ao nos identificarmos, recebemos a primeira acolhida simpática. O Sr. Antônio Lisboa Duarte foi incisivo: “Auxiliarei os senhores no que me fôr possível. Nosso povo não pode continuar sendo mistificado. É preciso restabelecer a verdade dos fatos”.
Nossa experiência nos deu a certeza de que estávamos diante de um homem de coragem. Em seu Cartório encontramos pouca coisa: um processo de desquite de José Felisbino Diogo, amásio de Otília, de sua espôsa Maria de Lourdes Rodrigues; uma escritura de doação de uma casa aos filhos de José Felisbino Diogo, feita por dona Cândida Gonçalves, aos 30 dias de março de 1960. Os beneficiários desta doação eram: Antônio Sebastião Diogo, Miriam Aparecida Diogo e Benedita Donizeti Diogo. Antônio é filho de José com sua espôsa legítima. Miriam e Benedita filhas de José com Otília. Nada mais encontramos que nos indicasse a origem de Otília.
O Sr. Duarte saiu conosco pela cidade à procura de informações. Ninguém sabia de onde viera Otília. Ela aparecera naquela cidade há cérca de 14 anos e fôra morar na zona do meretrício, onde José a conheceu. Com ela se amasiou e passaram a viver maritalmente. José trabalhava, como barbeiro, na barbearia do Sr. Divino Ventureli. O Sr. Duarte nos levou à presença de Ventureli. Êste se mostrou tímido e disse ser amigo de José Diogo. Aos poucos nos contou que José era de Santo Antônio do Jardim, SP, onde morava na Fazenda de Santa Bárbara. Jovem ainda, José era o rezador daquela população rural. Lembrava-se de que José conhecera Otília na zona do meretrício em Andradas, mas não sabia de onde era Otília e qual seu verdadeiro nome. Êle havia assistido a diversas sessões de “materialização” da “Irmã Josefa”, mas tinha dúvidas de sua autenticidade. Mostrava-se reticente e não fazia afirmativas.
Saímos tarde da noite da casa de Ventureli e fomos dormir, já um pouco desesperançados. Urna pergunta nos martelava a cabeça: de onde teria surgido aquela mulher? Em nosso quarto de hotel trocávamos idéias. Em determinado momento Ballot sugeriu que procurássemos o registro civil dos filhos de Otília com José Diogo.
Têrça-feira, 28, logo de manhã fomos à procura do Sr. Duarte para lembrá-lo a sugestão de Ballot. O Sr. Duarte foi conosco ao Tabelião do Registro Civil de Andradas e iniciamos a busca. Não sabíamos a data do nascimento das meninas. Cada um pegou um livro-índice para fazer a pesquisa. Em determinado momento, ouviu-se um grito de alegria de Ballot. Êle havia encontrado o registro de Benedita Donizeti Diogo. Lá estava a primeira prova de fraude de José Diogo, pois êle declarava ser casado civilmente com Otília da Costa Diogo, em Santo Antônio do Jardim, SP. Ou êle era bígamo, ou havia feito declarações …
ESTA é D. Maria Luiza Barbosa, hoje Maria Luiza Rodrigues, mãe da “sensitiva” Otília. Identificando a verdadeira mãe de Otília, a reportagem de “O Cruzeiro” destrói a afirmativa injuriosa de que a “médium” seria filha de uma freira, cuja vida, aliás, foi comprovadamente exemplar e santa.
“O Cruzeiro” desfaz a trama infamante que envolvia uma santa 
UM dos “argumentos” mais poderosos dos médicos e mistificadores de Uberaba para convencer os incautos e os de extrema boa-fé sôbre a validade de suas experiências ditas científicas, de materialização de espíritos, é de que a “médium” Otília Diogo incorpora o espírito de sua própria mãe, a Irmã Josefa, que a tivera no convento. Talvez por isso – argumentam os mistificadores – a “materialização” da “Irmã Josefa” tenha os mesmos traços fisionômicos da “médium” Otília. Pois bem: os repórteres de “O Cruzeiro”, além de outras provas definitivas sôbre a farsa de Uberaba, constataram, como se vê nas fotografias, que a verdadeira mãe de Otília ainda vive, nunca foi freira e se parece tanto com a filha “médium” quanto com as suas outras duas filhas. Elas têm traços fisionômicos bem definidos – o nariz, a testa, a bôca, o que comprova a mentira que os médicos de Uberaba tentaram engendrar. Mas a mentira tem pernas curtas. E em 5 dias os repórteres de “O Cruzeiro” provaram a mistificação.
OTÍLIA tem três irmãs ainda vivas e um irmão. Esta é Dalva da Costa Fursato, casada, mãe de família, residente em Cosmópolis, SP.
ROSA da Costa Soares, irmã mais velha, tem mais um ano de idade do que Otília. Divertiu-se muito com a suposta filiação de sua irmã Otília.
OTÍLIA da Costa, nascida a 11 de fevereiro de 1927, em Cosmópolis, filha de Maria Luiza Barbosa e Casimiro da Costa. Há documentos oficiais que provam isto, desmascarando flagrantemente a má fé e a mentira dos médicos de Uberaba.
… falsas perante o tabelião Paulo Augusto Drumond de Souza. No registro constava que Otília da Costa Diogo era filha de Casimiro da Costa e de Maria Luiza Barbosa, nascida em Cosmópolis, SP. Estava levantada uma ponta do véu misterioso que cobria o passado de Otília.
Fomos à cidade de Santo Antônio do Jardim à procura de dados sôbre o casamento de José Diogo e Otília. No cartório daquela cidade só constava o casamento de José Felisbino Diogo com Maria de Lourdes Rodrigues. Eram falsas as declarações prestadas por José Felisbino Diogo ao cartório de Andradas. Neste momento uma dúvida nos assaltou: seriam falsas as declarações a respeito de Otília? Estávamos na rota de farsantes integrais ou parciais? Iríamos até o fim contando a verdade.
Quarta-feira, 29, estávamos em Campinas. Levantamos cedo e fomos ao cemitério buscar dados sôbre a Irmã Josefa. Lá estava seu túmulo: Luiza José Oddonino, Ballot bateu suas fotos e eu tomei nota do nome de algumas irmãs sepultadas naquele cemitério. Lá constava o nome das Irmãs Antonina Renaldi e Luiza de São Miguel Boyer. O Dr. Sebastião de Meio, um dos experimentadores de Uberaba, havia …
JOSÉ Araújo Corrêa, vinhateiro, assistindo a “materializações” em Andradas, convenceu-se de que tudo aquilo era uma farsa grosseira.  
… contado, em nossa presença, quando estivemos em Uberaba, que só a Irmã Josefa, de tôdas as irmãs sepultadas naquele cemitério, não tinha o nome de Maria, o que evidenciava não ter morrido em virgindade. Ou o Dr. Sebastião mentiu propositadamente, ou foi ludibriado pelos farsantes. O certo é que nem tôdas as freiras sepultadas têm “Maria” no nome. Eu, pessoalmente, creio que foi ludibriado em sua boa-fé, mas chegou o momento de contar a verdade, dando nomes aos farsantes para que não venha a se confundir com êles.
Do cemitério de Campinas, após algumas outras providências elucidativas, dirigimo-nos ao hotel, onde pegamos nossas malas. Ainda não tínhamos a certeza se iríamos ou não a Cosmópolis. Nosso tempo se esgotava. Resolvemos, então, ir à Delegacia Regional de Campinas procurar antecedentes criminais de Otília, já que ela tinha um passado pouco recomendável. Ao chegarmos à Delegacia fomos informados de que só à tarde poderíamos obter as informações desejadas. Mas o …
ROMEU Germiniani, médium, é um espírita honesto. Mora em Oura Fino. Acha que as “exibições” de Otília depõem contra o espiritismo. 
DIVINO Venturelli, barbeiro, trabalhou com o atual amante de Otília, José Diogo. Referiu-se ao misticismo primário de José Diogo. 
PLÍNIO MIRANDA (de óculos), advogado em Ouro Fino, denunciou a fraude de Andradas. Emb.: Antônio Lisboa Duarte, figura de conceito em Andradas, diz que tudo fará para destruir êste falso espiritismo. 
… delegado de plantão era o Dr. Adélio Reis Xavier, titular da Delegacia de Cosmópolis, o qual não conhecia Casimiro da Costa e nenhum membro de sua família que morasse em Cosmópolis. Êle sairia de serviço ao meio-dia e poderia levar-nos à Delegacia, onde melhores informações nos seriam dadas.
Cosmópolis é uma cidade próxima à Campinas, de onde dista cêrca de 40 km. Na Delegacia nada encontramos. Nenhum popular conhecia Casimiro da Costa. Dirigimo-nos, então, à Prefeitura Municipal de Cosmópolis para pesquisar as fichas eleitorais do Município. Quando estávamos à porta da Prefeitura, um popular a quem havíamos feito indagações, apontou-nos uma senhora, que descia a rua, dizendo: a Dona Dalva é filha de um tal Mirão, já falecido. Será êle Casimiro? Perguntamos, então, à Dona Dalva e ela nos afirmou: Meu pai chamava-se Casimiro da Costa.
__ E sua mãe?
__ Minha mãe chama-se Maria Luiza Rodrigues.
__ Não é Maria Luiza Barbosa.
__ Êste era seu nome, antes de casar com o Sr. Guilherme Rodrigues, há um ano atrás.
__ A senhora tem uma irmã de nome Otília?
__ Sim. Ela é minha irmã, mas há muito tempo que não a vejo.
Momentos após encontrávamos Dona Maria Luiza Rodrigues que, na presença de muitos populares, nos declarou: Otília da Costa é minha filha. Ela pode dizer que não, mas uma mãe nunca nega sua filha. Tínhamos vencido uma batalha. Dona Maria informou-nos de que tinha os seguintes filhos: Antônia da Costa Pedroso, Rosa da Costa Soares, Otília da Costa Diogo, Marcílio da Costa e Dalva da Costa Fussati. O pai dos mesmos era Casimiro Kiehl, descendente de alemães, que posteriormente retificou seu nome para Casimiro da Costa. Isto explica o fato de Otília, quando “materializava” o espírito da “Irmã Josefa”, ter declarado a um repórter que era alemã. Na realidade a Irmã Josefa era italiana.
Na entrevista concedida à TV-Itacolomi, logo no início do programa (discos gravados em nosso poder), o locutor comentou com o Dr. Eurípedes Vieira: “Diz-se que a Irmã Josefa materializava-se através de sua própria filha, Otília Diogo…” — ao que o Dr. Eurípedes respondeu claramente: “De fato”.
O Dr. Waldo Vieira, quase ao encerrar-se o programa, toca no assunto da filiação da “médium” Otília, dizendo textualmente (disco gravado em nosso poder): “Irmã Josefa, que se diz mãe de nossa principal médium, Otília Diogo” — e acrescenta que Irmã Josefa “tem características próprias, voz própria, fisionomia, também própria, bem mais jovem do que a médium”. Nossas fotografias mostram claramente que Otília Diogo e a “Irmã Josefa” são a mesma pessoa.
Otília Diogo foi casada com o Sr. Hugo Salmistraro, a quem abandonou, em Cosmópolis, com seus filhos, indo para a cidade de Americana, onde levou vida irregular, tendo, posteriormente, se transferido para Andradas. O Sr. Salmistraro, ainda vive em Cosmópolis.
Dona Modestina Salvi, proprietária da Pensão Cosmopolitense, declarou-nos que foi colega de escola de Otília e que sempre soube ser ela filha de Casimiro. A família de Casimiro era muito pobre e certamente não iria criar nenhuma criança alheia. As irmãs Costa são extremamente parecidas, com idênticos traços fisionômicos, não restando dúvidas sôbre a paternidade das mesmas.
Nossa reportagem vai dividir os experimentadores em dois grupos: Os que reconhecerão que o “espírito materializado de Irmã Josefa” é mentiroso, e os dos que tentarão sustentar a fraude a qualquer custo, pois foram pilhados em flagrante. Aos ingênuos e crédulos nós prestamos um serviço; aos mistificadores, nós os desmascaramos.
Irmã Luiza José Oddonino, filha de Giusepe Oddonino e Maria Gastone, nasceu na Itália, em Aviglano, a 14 de julho de 1874. Quando mudou-se com sua família para a França, entrou para o Convento das Irmãs de São José, em Chambery, fazendo aí seu noviciado. Veio para o Brasil em 1892, já como religiosa de votos temporários. Em 1896, no Convento das Irmãs de São José, na cidade paulista de Itu, fêz seus votos perpétuos. Dedicou sua vida aos doentes, na Santa Casa de Campinas, onde cuidava dos tuberculosos lá internados. Foi sempre uma religiosa exemplar e piedosa. Sua virgindade é indiscutível. Todos os religiosos antigos de Campinas, como a Irmã Maria Natália, que ainda cuida dos doentes na mesma Casa de Misericórdia em que trabalhara ao lado de Irmã Josefa, são unânimes em afirmar o alto espírito humanitário e religioso daquela Irmã.
Os que tentaram profanar o nome de Irmã Luiza José Oddonino são os espíritas desonestos do Brasil, interessados na vendagem de livros mentirosos. Ela, certamente, os perdoará, pois êles talvez sejam inconscientes e inconseqüentes.

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