Este
artigo – o 3º na ordem cronológica – traz o laudo do perito Carlos
Eboli, que faz um exame minucioso das fotos, concluindo que as
materializações em Uberaba não passaram de uma fraude. Milhões de
agradecimentos a Deyb Vieira da Silva pelo envio da reportagem.
A matéria completa, com as fotos e legendas, poderá ser baixada ao final do post.
A PERÍCIA TÉCNICA CONFIRMA REPORTAGEM DE “O CRUZEIRO”:
FALSA A MATERIALIZAÇÃO DE UBERABA
A
PRIMEIRA reportagem que “O Cruzeiro” publicou sobre os chamados
fenômenos ectoplasmáticos, de materialização de espíritos, continha o
depoimento e fotografias de médicos do interior de São Paulo e Minas, em
experiências realizadas em Uberaba, Minas Gerais. A seguir enviamos
àquela cidade uma equipe de repórteres e fotógrafos experimentados que
constataram, diretamente, a falsidade dos fenômenos. Foi a segunda
reportagem. Agora voltamos ao assunto que desde o começo do século
desperta a curiosidade mundial. Nesta terceira reportagem sobre
materialização de espíritos, publicamos a análise técnica, completa do
grande perito brasileiro Carlos de Mello Eboli, que confirma totalmente,
e de forma inequívoca, à luz da Ciência, a farsa da materialização que
os repórteres de “O Cruzeiro” denunciaram na reportagem anterior. Seu
laudo técnico sobre as fotografias fornecidas pelos próprios
mistificadores de Uberaba deve ser lido pelos que buscam a verdade,
espíritas ou não-espíritas. Leiam-no examinando foto por foto, com
atenção para os pormenores assinalados. Fazê-lo, com isenção, movido
pelo desejo de reconhecer a verdade, é sinal de respeito àqueles que
crêem. Todos os credos religiosos nos merecem respeito. De certo modo, é
em defesa dos que acreditam na ectoplasmia, a razão deste trabalho
realizado, a nosso pedido, pelo perito Carlos Eboli.
Não há truque fotográfico que resista aos recursos modernos de um perito experiente: Eboli desmascara a fraude de Uberaba
PARECER TÉCNICO
CONSULENTE: Empresa Gráfica O CRUZEIRO S. A. Assunto: Exame de Fotografias
Da
Empresa supra-referida, recebeu o signatário, para exame, estudo e
interpretação, várias fotografias ilustrativas da reportagem estampada
sob o título “JÚRI DE MÉDICOS FOTOGRAFA E DOCUMENTA EM UBERABA FENÔMENOS
DE MATERIALIZAÇAO”, na revista do dia 18 de janeiro do corrente ano de
1964. As fotografias, segundo se informa, foram selecionadas entre
quatrocentas outras operadas pela equipe de experimentadores, e
reproduzem os mais importantes fenômenos observados, ou sejam, cenas de
materialização de duas formas, uma masculina e outra feminina, que se
identificaram como Alberto Veloso, médico que teve clínica no Rio de
Janeiro, no Largo do Machado, e Irmã Josefa, ou Maria José Domini,
falecida há 17 anos.
Como
resultado da meticulosa análise da realidade fotográfica fixada nas
películas que produziram as projeções questionadas, pôde o perito
oferecer as seguintes observações:
FOTO “A”
a) — A figura retratada de frente tem seus braços passados pelas aberturas da grade;
b) —
A grade de ferro não se mostra irrelevante, na espécie, pois o véu que
cobre o rosto acha-se caído sobre a barra horizontal, que lhe causa
algumas pregas, e a vestimenta, na altura do ventre, está contida pelo
obstáculo;
c) —
O véu, lançado por cima e pela frente das grades, mostra, na sua parte
inferior, nítidos e extensos vincos eqüidistantes, a indicar que a peça
esteve, antes do uso, dobrada em retângulos;
d) —
Além da iluminação frontal do compromisso fotografado, há, também,
indícios de uma iluminação do plano do fundo, para pôr em evidência a
silhueta feminina, aumentando o efeito que se procura dar em relação à
grade. Não apenas se refletiu na parede a iluminação, mas ainda na grade
de ferro, como se observa através da cortina. Vale ressaltar que a
transparência conseguida tanto pode ter sido por meio de dois tocos
distintos, como por intermédio de um só, lançado em plano alto, bem
acima do meio da figura. Tal técnica de iluminação, contrária à indicada
para o caso, teria sido posta em prática, deliberadamente, para
produzir o efeito buscado, pois distribuiu a luz em partes, iluminando o
motivo, de cima para baixo, e o fundo com o que se perdeu por cima da
cortina preta, criando uma semi-silhueta com as características de uma
impressão plana de duas dimensões.
FOTO “B”
a) —
Examinada em confronto com a foto “A”, verifica-se que houve
modificação na postura do véu em relação à grade, e que a cortina preta
sofreu mudanças. Com efeito, o véu foi puxado e esticado; a prega da
cortina abriu-se na proximidade da figura, e a fenda dentro da qual se
apresenta o compromisso fotográfico não é a mesma nas duas fotos. Com a
saída dos braços para segurar o livro, o pano preto foi afastado,
mostrando-se assim relevante no sentido da figura;
b) —
A parte do véu que toca no piso acha-se dobrada e amparada,
evidenciando a relevância do chão em relação à vestimenta. Vale
consignar aqui que se as grades foram irrelevantes para a figura, como
se afirma na reportagem, irrelevantes deveriam ser, também, o piso e o
pano da cortina, c assim, desnecessário o afastamento dos cortes do pano
para mostrar, pela abertura, a figura questionada:
c) —
Embora tomadas em momentos próximos, entre a foto “A” e a foto “B”
houve trabalho de arrumação da indumentária que veste a figura
retratada, notadamente no tocante ao véu que ultrapassou os ferros da
grade.
FOTO “C”
a) —
Esta foto foi obtida em ocasião diversa das anteriores, depois da
retirada da grade de ferro, eis que a mesma não mais é vista no plano do
fundo:
b) — A iluminação operou colocada à direita das figuras;
c) —
A figura central, impenetrável como as demais, projeta sua sombra no
pano da cortina, c serviu de anteparo à sombra do fio que se acha ligado
ao microfone:
FOTO “D”
a) —
A figura central, retratada sob iluminação frontal concentrada,
apresenta em volta da cabeça um halo de sobrexposição por irradiação
(fenômeno Wolf);
b) — Sob a indumentária ligeiramente transparente, aparece cobrindo o busto da figura central um porta-seios;
c) — A figura retratada aparece de mãos cruzadas sobre o peito, não sendo todavia visível o crucifixo;
d) — Na parte em que a vestimenta cobre as mãos da figura, nota-se o pano acumulado, a evidenciar o exagerado tamanho das mangas;
FOTO “E”
a) —
Defeituosamente retratada, a figura principal aparece cortada ao meio.
Examinada em confronto com a foto “D”, põe em evidência a circunstância
do não aparecimento do crucifixo em tal fotografia;
b) —
For descuido na arrumação, nota-se, na altura das mãos da figura, a
parte excedente da manga, que cai por baixo do apanhado de flores
imposto ao motivo;
FOTO “F”
a) —
A figura retratada c a mesma da foto “E”, notando-se, todavia, que o
fotógrafo mudou de posição para a tomada da imagem. No fundo, a abertura
da cortina se mostra maior, comparada com a que se vê na foto “E” já
citada;
b) —
Impenetrável à luz, a figura projeta sobre o fundo, no caso a parede, a
sua sombra. Pela altura, evidencia-se a baixa posição da fonte
luminosa, que de resto irradia todo o compromisso fotográfico,
proporcionando condições favoráveis à produção de reflexo metálico do
crucifixo;
FOTO “G”
a) —
O detalhe fotográfico mostra, saindo da orelha do motivo, um chumaço de
pano branco, arrumado em forma de volutas, notando-se, em particular,
um aglomerado de contas à altura da boca da figura;
b) —
Examinado o detalhe em confronto com as fotografias “A” e “I”,
observa-se, sem maiores dificuldades, que o aglomerado de contas outra
coisa não é senão o enfeite bordado no turbante que cobre a cabeça da
figura principal, retratada nas peças retroindicadas.
FOTO “H”
a) —
A fotografia “H” é uma segunda fase da série iniciada com a foto “G”.
Os mesmos elementos de composição são notados, inclusive o pano colocado
dobrado no encosto da cadeira. Na espécie a fotografia é de péssima
qualidade, apresentando acentuada desfocagem. É possível que se trate de
ampliação exagerada de uma fotografia tomada a distância;
b) —
As sombras, os reflexos e as zonas de maior iluminação assinaladas
indicam a posição exata da fonte luminosa, colocada, sem dúvida, acima e
ã esquerda da pessoa que empunha, agachada, a máquina miniatura.
FOTO “I”
a) —
Amplifoto de metade do compromisso retratado em outras fotografias,
pondo em evidência a malha do tecido que cobre o motivo. Em comparação
com fotografias anteriores, nota-se que a vestimenta está arrumada de
formas diversas, aparecendo, agora, ombreiras. Inobstante, o toucado e o
crucifixo são os mesmos das fotos precedentes;
b) —
O véu que recobre a cabeça da figura se apresenta com á margem livre,
desfiada, em contraste com o pano do peito, que se mostra costurado e
dobrado, na altura dos ombros. Também a manga, nas proximidades da mão
direita, mostra a costura mecânica da indumentária e o seu exagerado
tamanho.
FOTO “J”
a) — A figura masculina retratada, expõe, sob a indumentária semi-transparente, dois seios de pequeno volume, caídos;
b) — A altura do véu que cobre a cabeça da figura evidencia a farta cabeleira que sob o mesmo se acomoda;
c) —
O pé esquerdo do compromisso fotográfico exibe uma saliência do
primeiro osso do metatarso com a falange correspondente, do dedo grande
do pé, uma deformação crônica (joanete);
d) — A calça que veste a figura mostra nítida costura mecânica na face interna da perna esquerda;
e) —
A indumentária que cobre o tronco da figura masculina, comparada com
aquela que cobre igualmente o tronco da figura feminina, mostra à altura
dos ombros os mesmos defeitos de pregueamento. No que tange às mangas,
nota-se o mesmo exagerado comprimento.
FOTO “K”
a) —
A fotografia está desfocada e a iluminação colocada ligeiramente à
direita do principal compromisso retratado. As sombras projetadas
mostram a impenetrabilidade da figura coberta de branco e do material em
forma de fita, ligado â boca da figura central;
b) —
O objeto que se projeta da boca da figura central, para a frente,
apresenta deformação da imagem plástica devido à circunstância da
aproximação da objetiva ao primeiro plano (efeito grande angular);
c) —
A ausência de definição, focai c hiperfocal, indica defeito operacional
na tomada da fotografia (tremor e sobrexposição). Inobstante, o objeto
que se projeta da boca do motivo retratado não apresenta qualquer
indicio de movimentação no período de tempo era que esteve aberto o
oblurador da máquina c trabalhou a iluminação do flash.
Das observações retroexpendidas, ao perito é dado extrair as seguintes inferências:
I. O
compromisso fotográfico objeto dos filmes tomados junto às grades da
cela improvisada está por trás das mesmas e não entre elas. A grade, o
piso, bem como a cortina, são relevantes em relação à indumentária e ao
corpo vestido.
II. Embora
selecionadas entre 400 outras fotografias, é evidente que as oferecidas
à reportagem não são da melhor espécie. Há entre elas, duas em especial
que são de baixo nível operacional. Vale ressaltar que o fato pode
esconder o propósito de mascarar as cenas fixadas, pela introdução dos
defeitos de nitidez e de iluminação.
III. As
figuras, feminina e masculina, retratadas são na realidade uma só,
feminina, que se veste em várias ocasiões com parte de uma mesma
indumentária.
IV. A
roupa que veste a figura feminina, pelo menos em duas das fotografias,
apresenta marcas de dobragem simétrica e vincagem profunda.
V. A
figura principal retratada é impenetrável à luz, e projeta, como as
demais físicas, de corporificação maciça, sombras nos anteparos.
VI. O
material fotografado pendente da orelha da figura retratada no interior
das grades da cela, nada mais é que um pano branco, com enfeites de
contas, o mesmo que cobre a cabeça da aparição feminina em diversas
oportunidades.
VII. As
vestimentas que cobrem o corpo dos compromissos fotografados,
apresentam marcas nítidas de confecção mecânica, ou sejam, sinais de
dobragem e costura.
Río de Janeiro, 15 de janeiro de 1964
CARLOS M. EBOLI
Materializações de Uberaba - Caso Otília Diogo
ResponderExcluirSe querem resgatar histórico, resgatem a verdade! E completa.
http://xa.yimg.com/kq/groups/5809776/784103013/name/materializações+de+uberaba.pdf
AS MATERIALIZAÇÕES ESPÍRITAS DE UBERABA-MG SÃO CONFIRMADAS PELO INSTITUTO DE PERÍCIA TÉCNICA DE SÃO PAULO
ResponderExcluirLuciano do Anjos e Jorge Rizzini, em programas televisivos, desmascaram a fraude dos repórteres da Revista "O Cruzeiro" e expuseram tudo o que eles fizeram de errado, de forma torpe e rasa, contra o Espiritismo.
A desmoralização foi total, da Revista "O Cruzeiro", a qual tentou denegrir a imagem do Espiritismo.
http://jefferson.freetzi.com/Materializ-Uberaba2.html