Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim
Lar de Chico Xavier na Infância
Primeira Infância
Segundo biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade,[6]
quando ele respondeu ao pai sobre Ciências, durante conversa com uma
senhora sobre gravidez. Ele dizia ver e ouvir os espíritos e conversava
com eles.Nascido no seio de uma família humilde, era filho de João
Cândido Xavier, um vendedor de bilhetes de loteria, e de Maria João de
Deus, uma dona de casa católica.
Os Abusos da Madrinha
A mãe faleceu quando Francisco tinha
apenas cinco anos de idade. Incapaz de criá-los, o pai distribuiu os
nove filhos entre a parentela. Nos dois anos seguintes, Francisco foi
criado pela
madrinha e antiga amiga de sua mãe, Rita de Cássia, que logo se
mostrou uma pessoa cruel, vestindo-o de menina e batendo-lhe
diariamente, inicialmente por qualquer pretexto e, mais tarde, sob a
alegação de que o “menino tinha o diabo no corpo“. Não se
contentando em açoitá-lo com uma vara de marmelo, Rita passou a
cravar-lhe garfos de cozinha no ventre, não permitindo que ele os
retirasse, o que ocasionou terríveis sofrimentos ao menino. Os únicos
momentos de paz que tinha consistiam nos diálogos com o espírito de sua
mãe, com quem se comunicava desde os cinco anos de idade:[6] o
menino viu-a após uma prece, junto à sombra de uma bananeira no quintal
da casa. Nesses contatos, o espírito da mãe recomendava “paciência, resignação e fé em Jesus” ao filho.
A madrinha ainda criava outro filho
adotivo, Moacir, que sofria de uma ferida incurável na perna. Rita
decidiu seguir a simpatia de uma benzedeira, que consistia em fazer uma
criança lamber a ferida durante três sextas-feiras em jejum, sendo a
tarefa atribuída ao pequeno Francisco. Revoltado com a imposição,
Francisco conversou novamente com o espírito da mãe, que lhe aconselhou a
“lamber com paciência“. O espírito explicou-lhe que a simpatia “não é remédio, mas poderia aplacar a ira da madrinha“,
esta sim passível de colocar em risco a sua vida. Os espíritos se
encarregariam da cura da ferida. De fato, curada a perna de Moacir, Rita
de Cássia melhorou o tratamento dado a Francisco.
A Madrasta
O seu pai casou-se novamente, e a nova
madrasta, Cidália Batista, exigiu a reunião dos nove filhos. Francisco
tinha então sete anos de idade. O casal teve ainda mais seis filhos. Por
insistência da madrasta, o menino foi matriculado na escola pública.
Nesse período, o espírito de Maria João parou de manifestar-se. O jovem
Francisco, para ajudar nas despesas da casa, começou a trabalhar
vendendo os legumes da horta da casa.
Na escola, como na igreja, as faculdades
paranormais de Francisco continuaram a causar-lhe problemas. Durante
uma aula do 4º ano primário, afirmou ter visto um homem que lhe ditou as
composições escolares, mas ninguém lhe deu crédito e a própria
professora não se importou. Uma redação sua ganhou menção honrosa num
concurso estadual de composições escolares comemorativas do centenário
da Independência do Brasil, em 1922. Enfrentou o ceticismo dos colegas,
que o acusaram de plágio, acusação essa que sofreu durante toda a vida.
Desafiado a provar os seus dons, Francisco submeteu-se ao desafio de
improvisar uma redação (com o auxílio de um espírito) sobre um grão de
areia, tema escolhido ao acaso, o que realizou com êxito.
A madrasta Cidália pediu a Francisco que
se aconselhasse com o espírito da falecida mãe dele sobre como evitar
que uma vizinha continuasse a furtar hortaliças e esta lhe disse para
torná-la responsável pelo cuidado da horta, conselho que, posto em
prática, levou ao fim dos furtos.
Assustado com a mediunidade do jovem, o
seu pai cogitou em interná-lo. O padre Scarzelli examinou-o e concluiu
que seria um erro a internação, tratando-se apenas de “fantasias de menino“.
Scarzelli simplesmente aconselhou a família a restringir-lhe as
leituras (tidas como motivo para as fantasias) e a colocá-lo no
trabalho. Francisco, então, ingressou como operário em uma fábrica de
tecidos, onde foi submetido à rigorosa disciplina do trabalho fabril,
que lhe deixou sequelas para o resto da vida.
No ano de 1924 terminou o antigo curso
primário e não mais voltou a estudar. Mudou de trabalho, empregando-se
como caixeiro de venda, ainda em horários extensos. Apesar de católico
devoto e das incontáveis penitências e contrições prescritas pelo padre
confessor, não parou de ter visões e nem de conversar com espíritos.
Foto do ano de 1930, com alguns integrantes da familia de Chico Xavier. Entre elas Cidália Batista Xavier, a segunda mãe de Chico Xavier. Adultos: da esquerda para a direita: Nelson Pena (cunhado), Carmozina Xavier Pena (irmã), Chico Xavier, João Cândido Xavier (pai), no colo João Cândido Filho (irmão), Cidália Batista Xavier (madrasta); no colo Doralice Xavier (irmã); Geralda Xavier (irmã); Jacy Pena (cunhado); Maria da Conceição Xavier Pena (irmã). Crianças, da esquerda para a direita: Neuza Xavier (irmã); Mauro Pena (sobrino), filho de Nelson e Carmozina; Dorita (ajudante da casa da familia Xavier, no colo criança não identificada); Nelma Pena (sobrinha), filha de Nelson e Carmozina); Lucília Xavier (irmã); Cidália Xavier (irmã); André Luiz Xavier (irmão). Acervo da Casa de Chico Xavier, Pedro Leopoldo. MG. Foto está às fls 62 do livro O Vôo da Garça
O Contato com a Doutrina Espírita
Em 1927,[4] então com
dezessete anos de idade, Francisco perdeu a madrasta Cidália, e se viu
diante da insanidade de uma irmã, que descobriu ser causada por um
processo de obsessão espiritual. Por orientação de um amigo, Francisco
iniciou-se no estudo do espiritismo. No mês de maio desse mesmo ano
recebeu nova mensagem de sua mãe, na qual lhe era recomendado o estudo
das obras de Allan Kardec e o cumprimento de seus deveres. Em junho,
ajudou a fundar o Centro Espírita Luiz Gonzaga, em um simples barracão
de madeira de propriedade de um seu irmão. Em julho, por orientação dos
espíritos seus mentores, iniciou-se na prática da psicografia,
escrevendo 17 páginas. Nos quatro anos subsequentes aperfeiçoou essa
capacidade embora, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo,
ela somente tenha ganho maior clareza em finais de 1931. Desse modo,
pela sua mediunidade começaram a manifestar-se diversos poetas
falecidos, somente identificados a partir de 1931. Em 1928 começou a
publicar as suas primeiras mensagens psicografadas nos periódicos O Jornal, do Rio de Janeiro, e Almanaque de Notícias, de Portugal.[7]
As Primeiras Obras
Em 1931, em Pedro Leopoldo, iniciou a psicografia da obra “Parnaso de Além-Túmulo“. Esse ano, que marca a “maioridade” do médium, é o ano do encontro com seu mentor espiritual Emmanuel, “…à sombra de uma árvore, na beira de uma represa…”
(SOUTO MAIOR, 1995:31). O mentor informa-o sobre a sua missão de
psicografar uma série de trinta livros, e explica-lhe que para isso são
lhe exigidas três condições: “disciplina, disciplina e disciplina“.
Severo e exigente o mentor instruiu-o a manter-se fiel a Jesus e a
Kardec, mesmo na eventualidade de conflito com a sua orientação. Mais
tarde, o médium conheceu que Emmanuel havia sido o senador romano Publio
Lêntulus, posteriormente renascido como escravo e simpatizante do
cristianismo e que, em reencarnação posterior, teria sido o padre
jesuíta Manuel da Nóbrega, ligado à evangelização do Brasil.
Em 1932 foi publicado o “Parnaso de
Além-Túmulo” pela Federação Espírita Brasileira (FEB). A obra, coletânea
de poesias ditadas por espíritos de poetas brasileiros e portugueses,
obteve grande repercussão junto à imprensa e à opinião pública
brasileira, e causou espécie entre os literatos brasileiros, cujas
opiniões se dividiram entre o reconhecimento e a acusação de pastiche. O
impacto era aumentado ao se saber que a obra tinha sido escrita por um “modesto escriturário”
de armazém do interior de Minas Gerais, que mal completara o primário.
Conta-se que o espírito de sua mãe aconselhou-o a não responder aos
críticos.
Os direitos autorais das suas obras são
concedidos à FEB. Neste período inicia a sua relação com Manuel Quintão
e Wantuil de Freitas. Ainda neste período descobriu ser portador de
uma catarata ocular, problema que o acompanhou o resto da vida. Os
espíritos seus mentores, Emmanuel e Bezerra de Menezes, orientam-no para
tratar-se com os recursos da medicina humana e não contar com quaisquer
privilégios dos espíritos. Continuou com o seu emprego de escriturário e
a exercer as suas funções no Centro Espírita Luís Gonzaga, atendendo
aos necessitados com receitas, conselhos e psicografando as obras do
Além. Paralelamente, iniciou uma longa série de recusas de presentes e
distinções, que também perdurará por toda a vida, como por exemplo, a
de Fred Figner, que lhe legou vultosa soma em testamento, repassada pelo
médium à FEB. Com a notoriedade, prosseguiram as críticas de pessoas
que tentavam desacreditá-lo. Além dessas pessoas, Chico Xavier ainda
dizia que inimigos espirituais, buscavam atingi-lo com fluidos negativos
e tentações. Souto Maior relata uma tentativa de “linchamento pelos
espíritos”, bem como um episódio em que jovens nuas tentam o médium em
sua banheira. Observe-se que ambos os episódios contêm aspectos
narrativos comuns à chamada “prova”, comum em histórias de santidade.
O processo da viúva de Humberto de Campos
No decorrer da década de 1930, destacaram-se ainda a publicação dos romances atribuídos a Emmanuel e da obra “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho“,
atribuída ao espírito de Humberto de Campos, onde a história do Brasil é
interpretada de forma mítica e teológica. Esta última obra trouxe como
consequência uma ação judicial movida pela viúva do escritor, que
pleiteou por essa via direitos autorais pelas obras psicografadas, caso
se confirmasse a autoria do famoso escritor maranhense. A defesa do médium foi suportada pela FEB, e resultou, posteriormente, no clássico “A Psicografia Perante os Tribunais“,
do advogado Miguel Timponi. Em sua sentença, o juiz decidiu que os
direitos autorais referiam-se à obra reconhecida em vida do autor, não
havendo condição do tribunal se pronunciar sobre a existência ou não
da mediunidade. Ainda assim, para evitar possíveis futuras polêmicas, o
nome do escritor falecido foi substituído pelo pseudônimo “Irmão X“.
Neste período, Francisco ingressou no
serviço público federal, como Auxiliar de Serviço no Ministério da
Agricultura. Como curiosidade, refere-se que, em toda a sua carreira
como funcionário público, não existe registro de qualquer falta ao
serviço.
Nosso Lar
Em 1943 vem a público uma das obras mais populares da literatura espírita no país, o romance “Nosso Lar“, o mais vendido e divulgado da extensa obra do médium que no ano de 2010 se tornou um filme. Este é o primeiro de uma série de livros cuja autoria é atribuída ao espírito André Luiz.
Neste período, a celebridade de Chico
Xavier é crescente, e cada vez mais pessoas o procuram em busca de curas
e mensagens, transformando a pequena cidade de Pedro Leopoldo, em um
centro informal de peregrinação. Tendo morrido na miséria o seu antigo
patrão, José Felizardo, o médium empenha-se em arranjar-lhe um
sepultamento digno, pedindo doações de casa em casa para esse fim. De
acordo com o seu biógrafo Ubiratan Machado, “…até mesmo um mendigo cego doou-lhe toda a féria do dia“. (MACHADO, 1996:53).
O Caso Amauri Pena
Em 1958 o médium viu-se no centro de uma
nova polêmica, desta vez por conta das denúncias de um sobrinho, Amauri
Pena, filho da irmã curada de obsessão. O sobrinho, ele mesmo médium
psicógrafo, anunciou-se pela imprensa como falso médium, um imitador
muito capaz, acusação que estendeu ao tio. Chico Xavier defendeu-se,
negando ter qualquer proximidade com o sobrinho. Já com antecedentes
de alcoolismo e com sérios remorsos pelos danos causados à reputação do
tio, Amauri foi internado num sanatório psiquiátrico em São Paulo, onde
veio a falecer.
A Parceria com Waldo Vieira
No mesmo período, Chico Xavier conheceu o
jovem médico e médium Waldo Vieira, em parceria com quem psicografou
diversas obras em comum, até à ruptura de ambos, alguns anos depois.
Em 1959 estabeleceu residência
em Uberaba, onde viveu até ao fim de seus dias. Continuou a psicografar
inúmeras obras, passando a abordar os temas que marcam a década de 1960,
como o sexo, as drogas, a questão da juventude, a tecnologia, as
viagens espaciais e outros. Uberaba, por sua vez, tornou-se centro de
peregrinação informal, com caravanas a chegar diariamente, de pessoas
com esperança de um contato com parentes falecidos. Neste período
popularizam-se os livros de “mensagens”: cartas ditadas a familiares por
espíritos de pessoas comuns. Prosseguem também as campanhas de
distribuição de alimentos e roupas para os pobres da cidade.
Em 22 de maio de 1965[8]
Chico Xavier e Waldo Vieira viajaram para Washington, Estados Unidos, a
fim de divulgar o espiritismo no exterior. Com a ajuda de Salim Salomão
Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro “Ideal Espírita“, com o nome de “The World of The Spirits“.
As Entrevistas no Programa Televisivo Pinga-Fogo
No alvorecer da década de 1970, Chico
participou de programas de televisão que alcançaram picos de audiência.
Nessa década, além da catarata e dos problemas de pulmões, passou a
sofrer de angina. Passou ainda a ajudar pessoas pobres com o dinheiro da
vendagem de seus livros, tendo para tanto criado uma fundação.
As décadas de 1980 e 1990
Em 1981 foi proposto para o Prêmio Nobel
da Paz, que não ganhou. Neste período a sua fama ampliou-se no
exterior, com diversas de suas obras sido vertidas em diversas línguas,
assim como ganhou adaptações para telenovelas.
Ao final da década de 1990 o médium
contava com mais de 400 títulos de livros psicografados. Nesse período
estimava-se em aproximadamente 50 milhões os livros espíritas circulando
no Brasil, dos quais 15 milhões eram atribuídos a Chico Xavier e 12
milhões a Kardec (SANTOS, 1997:89).
No ano de 1994 o tablóide estadunidense National Examiner publicou uma matéria em que, no título, declarava que “Fantasmas escritores fazem romancista milionário”.[9] A matéria foi alardeada no Brasil com destaque pela hoje extinta revista Manchete[10], com o título de “Secretário dos Fantasmas“,
onde se declarava que, segundo informava a “National Examiner”, o
médium brasileiro ficou milionário, havendo ganho 20 milhões de dólares
como “secretário de fantasmas”. A revista Manchete continuava: “Segundo
o jornal, ele é o primeiro a admitir que os 380 livros que lançou são
de ‘ghost-writers’, mas ‘ghosts’ mesmo, em sentido literal“, concluindo “Chico simplesmente transcreve as obras psicografadas de mais de 500 escritores e poetas mortos e enterrados.“[11]
O médium não respondeu, mas a FEB, por
seu então Presidente Juvanir Borges de Souza, editora de boa parte das
obras de Chico Xavier, enviou uma carta à revista em que informava
utilizar os direitos autorais e remuneração pelas obras de Francisco
Cândido Xavier, para uso da caridade, o mesmo se passando com outras
editoras, ressaltando que “os direitos autorais são cedidos
gratuitamente, visando tornar o livro espírita bastante acessível e
contribuir, destarte, para a difusão da Doutrina Espírita.“[11]
O mesmo Presidente da FEB, em 4 de outubro daquele ano, por ocasião do I Congresso Espírita Mundial, apresentou uma “moção de reconhecimento e de agradecimento ao médium Francisco Cândido Xavier“,
aprovada pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, em proposta
apresentada pelo Presidente da Federação Espírita do Estado de Sergipe.
No documento, as entidades representativas do Espiritismo no Brasil
devotavam a sua gratidão e respeito ao médium “pelos intensos
trabalhos por ele desenvolvidos e pela vida de exemplo, voltados ao
estudo, à difusão e à prática do Espiritismo, à orientação, ao
atendimento e à assistência espiritual e material aos seus semelhantes“.[12]
Falecimento
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.
- Chico Xavier
O médium faleceu aos 92 anos de idade em decorrência de parada cardiorrespiratória no dia 30 de junho do ano de 2002.[13]
Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a
Deus para morrer em um dia em que os brasileiros estariam muito felizes,
e que o país estaria em festa, por isso ninguém ficaria triste com
seu passamento. O país festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol
daquele ano no dia de seu falecimento (Chico morreu cerca de dez horas
após a partida Brasil x Alemanha).
Homenagens
Chico foi eleito o mineiro do século XX, seguido por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek.
Recentemente, iniciou-se a construção de um centro em sua homenagem.[14]
Filme biográfico
Em 2 de abril de 2010, data em que Chico Xavier completaria 100 anos, estreou Chico Xavier – O Filme[15],
baseado na biografia “As Vidas de Chico Xavier”, do jornalista Marcel
Souto Maior. Dirigido e produzido pelo cineasta Daniel Filho, Chico
Xavier é retratado pelos atores Matheus Costa,Ângelo Antônio e Nelson
Xavier, respectivamente, em três fases de sua vida: de 1918 a 1922, 1931
a 1959 e 1969 a 1975.
Psicografias
Chico Xavier psicografou 451 livros, sendo 39 publicados após a morte.[16] Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os espíritos lhe ditavam.[4] Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros.[17]
Vendeu mais de 50 milhões de exemplares em português, com traduções
em inglês, espanhol, japonês, esperanto, italiano, russo, romeno, mandarim, sueco
e braile. Psicografou cerca de 10 mil cartas de mortos para suas
famílias.[16]Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade, desde o primeiro livro.[6][18]
Suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora O Clarim,
Edicel, Federação Espírita Brasileira, Federação Espírita do Estado de
São Paulo, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Fundação Marieta
Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão Espírita Cristã,
Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação Espírita André
Luiz, Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União Espírita
Mineira.
Mesmo não tendo ensino completo ele
escrevia em torno de 6 livros por ano entre eles livros de romances,
contos, filosofia, ensaios, apólogos, crônicas, poesias… É o escritor
mais lido da América Latina. (nota: ano de 2010).
Seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas atribuídos a poetas mortos, entre eles os portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro, e os brasileiros Olavo Bilac, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira vez em 1932.[4] O livro gerou muita polêmica nos círculos literários da época. O de maior tiragem foi Nosso Lar, publicada no ano de 1944, atualmente com mais de 2 milhões de cópias vendidas [19], atribuído ao espírito André Luiz, sendo o primeiro volume da coleção de 17 obras, todas psicografadas por Chico Xavier, algumas delas em parceria com o médico mineiro Waldo Vieira.
Uma de suas psicografias mais famosas, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de 1979, na cidade de Goiânia, Goiás. Assim, o presumido espírito de “Maurício” teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente.[20]
Seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas atribuídos a poetas mortos, entre eles os portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro, e os brasileiros Olavo Bilac, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira vez em 1932.[4] O livro gerou muita polêmica nos círculos literários da época. O de maior tiragem foi Nosso Lar, publicada no ano de 1944, atualmente com mais de 2 milhões de cópias vendidas [19], atribuído ao espírito André Luiz, sendo o primeiro volume da coleção de 17 obras, todas psicografadas por Chico Xavier, algumas delas em parceria com o médico mineiro Waldo Vieira.
Uma de suas psicografias mais famosas, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de 1979, na cidade de Goiânia, Goiás. Assim, o presumido espírito de “Maurício” teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente.[20]
Principais Obras Psicografadas
Ano | Obra | Autor espiritual | Editora | Notas |
1932 | Parnaso de Além-Túmulo | Vários autores | FEB | Primeira obra publicada |
1937 | Crônicas de Além-Túmulo | Humberto de Campos | FEB | Primeira obra pelo espírito Humberto de Campos |
1938 | Emmanuel | Emmanuel | FEB | Primeiro obra pelo espírito Emmanuel |
1938 | Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho | Humberto de Campos | FEB | Tiragem de 202.000 exemplares |
1939 | A Caminho da Luz | Emmanuel | FEB | Tiragem de 263.000 exemplares |
1939 | Há Dois Mil Anos | Emmanuel | FEB | Tiragem de 435.000 exemplares |
1940 | Cinquenta Anos Depois | Emmanuel | FEB | Tiragem de 317.000 exemplares |
1941 | O Consolador | Emmanuel | FEB | Tiragem de 218.000 exemplares |
1942 | Paulo e Estevão | Emmanuel | FEB | Tiragem de 420.000 exemplares |
1942 | Renúncia | Emmanuel | FEB | Tiragem de 311.000 exemplares |
1944 | Nosso Lar | André Luiz | FEB | “Tiragem de 420.000 exemplares” |
1944 | Os Mensageiros | André Luiz | FEB | Livro mais vendido e traduzido para outras línguas |
1945 | Missionários da Luz | André Luiz | FEB | Tiragem de 440.000 exemplares |
1945 | Lázaro Redivivo | Irmão X | FEB | Primeira obra pelo espírito Irmão X, pseudônimo do espírito Humberto de Campos |
1946 | Obreiros da Vida Eterna | André Luiz | FEB | Tiragem de 290.000 exemplares |
1947 | Volta Bocage | Bocage | FEB | Livro psicografado com autoria atribuída ao poeta português, Bocage |
1948 | No Mundo Maior | André Luiz | FEB | Tiragem de 280.000 exemplares |
1948 | Agenda Cristã | André Luiz | FEB | Tiragem de 470.000 exemplares |
1949 | Voltei | Irmão Jacob | FEB | Tiragem de 204.000 exemplares |
1949 | Caminho, Verdade e Vida | Emmanuel | FEB | Tiragem de 216.000 exemplares |
1949 | Libertação | André Luiz | FEB | Tiragem de 275.000 exemplares |
1950 | Jesus no Lar | Neio Lúcio | FEB | Tiragem de 290.000 exemplares |
1950 | Pão Nosso | Emmanuel | FEB | Tiragem de 262.000 exemplares |
1952 | Vinha de Luz | Emmanuel | FEB | Tiragem de 215.000 exemplares |
1952 | Roteiro | Emmanuel | FEB | |
1953 | Ave, Cristo! | Emmanuel | FEB | Tiragem de 210.000 exemplares |
1954 | Entre a Terra e o Céu | André Luiz | FEB | Tiragem de 260.000 exemplares |
1955 | Nos Domínios da Mediunidade | André Luiz | FEB | Tiragem de 313.000 exemplares |
1956 | Fonte Viva | Emmanuel | FEB | Tiragem de 248.000 exemplares |
1957 | Ação e Reação | André Luiz | FEB | Tiragem de 255.000 exemplares |
1958 | Pensamento e Vida | Emmanuel | FEB | |
1959 | Evolução em Dois Mundos | André Luiz | FEB | “Tiragem de 216.000 exemplares” |
1960 | Mecanismos da Mediunidade | André Luiz | FEB | Primeira obra em parceria com o médium Waldo Vieira |
1960 | Religião dos Espíritos | Emmanuel | FEB | |
1961 | O Espírito da Verdade | diversos espíritos | FEB | |
1963 | Sexo e Destino | André Luiz | FEB | Tiragem de 262.000 exemplares |
1968 | E a Vida Continua… | André Luiz | FEB | Tiragem de 314.000 exemplares |
1970 | Vida e Sexo | Emmanuel | FEB | Tiragem de 240.000 exemplares |
1971 | Sinal Verde | André Luiz | Comunhão Espírita Cristã (CEC) |
Tiragem de 473.500 exemplares |
1977 | Companheiro | Emmanuel | Instituto de Difusão Espírita (IDE) |
Tiragem de 223.000 exemplares |
1985 | Retratos da Vida | Cornélio Pires | IDE/CEC | |
1986 | Mediunidade e Sintonia | Emmanuel | CEU | |
1991 | Queda e Ascensão da Casa dos Benefícios | Bezerra de Menezes | GER | |
1999 | Escada de Luz | diversos espíritos | CEU | Última obra publicada |
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