quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Cantiga do Perdão
Não te iludas amigo, por mais se expandam lágrimas contigo todo lamento é vão, tudo que tende para a perfeição, todo bem que aparece e persiste no mundo, vive do entendimento harmônico e profundo através do perdão.
Perdão que lembre o sol no firmamento, sem se fazer pagar pelo foco opulento a vencer dia a dia a escuridão da noite insondável e fria e a nutrir, no seu longo itinerário, o verme e a flor, o charco e o pó, o ninho e a fonte, de horizonte a horizonte, quanto for necessário.
Perdão que nos destaque a lição recebida na humildade da rosa.
Benção do céu, estrela cetinosa que, ao invés de pousar sobre o diamante, desabrocha no espinho como a dizer que a vida de caminho a caminho, não despreza ninguém.
Libera generosa, alta e fecunda, quer que toda a maldade se transfunda na grandeza do bem.
Perdão que se reporte à brandura da terra pisoteada, esquecida heroína de paciência que acolhe em toda a parte os detritos da morte e sustenta os recursos da existência.
Mãe escrava sublime de amor mudo que preside em silêncio o progresso de tudo.
Amigo, onde estiveres, assegura a certeza de que o perdão é a Lei da Natureza, segurança de todos os misteres; perdoa e seguirás em liberdade no rumo certo da felicidade.
Nas menores tarefas que realizes, para lembrar sem sombra os instantes felizes, na seara da luz, na qual a luz de Deus se insinua e reflete, é forçoso exercer o ensino de Jesus que nos manda perdoar, setenta vezes sete, cada ofensa que venha a perturbar o nosso coração.
E isso vale afirmar na senda de ascensão que, em favor da vitória a que aspiras, na luta transitória é mais do que importante, é essencial que te esqueças por fim, de todo o mal e que em tudo no bem a que te dês seja aqui, mais além, seja agora ou depois, Deus espera que ajudes e abençoes, compreendendo, amparando e servindo outra vez.
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